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Eu indico |
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Die Welle (Alemanha, 2008) |
Em uma
escola na Alemanha, um professor precisa dar aulas sobre autocracia,
mesmo sendo contra sua vontade. Para tornar a aula interessante, ele
simula um governo fascista dentro da sala de aula. Logo os alunos
criam um movimento, batizado de "A Onda". Dirigido por
Dennis Gansel.
Estudo
de caso:
Existem diversas formas não
tradicionais de ensino. A academia moderna experimenta principalmente
o envolvimento maior dos alunos, o debate e troca de conhecimento.
Neste filme, Rainer Wenger (Jürgen Vogel) envolve os alunos numa
dinâmica de ensino na qual, durante uma semana, eles terão
que simular um governo autocrata (como o nazismo e o fascismo). Em
pouco tempo, os aprendizes ampliam seu conhecimento sobre o assunto,
se envolvendo de forma intensa com a idéia, até o ponto
de criarem um movimento, “A Onda”. Podemos perceber alguns traços
de democracia, dentro do grupo, como na escolha do nome a partir de
propostas dos alunos. Um padrão de comportamento se
estabelece, até na forma de se vestir. O grupo fica bem unido
e os aspectos bons logo aparecem, como a disciplina, organização,
obediência, postura e coesão do grupo. Um dos alunos
coloca em prática seu talento e faz o desenho que será o
símbolo do movimento. Porém, o forte desta ideologia,
como sabemos, é o traço radicalista, uma política
autoritária, que precisa se manter a qualquer custo. Daí
o ódio e a violência como possíveis conseqüências
que fragilizam o convívio humano dentro de um sistema assim.
Além de ser uma excelente
aula sobre o assunto, o filme vai tomando um caminho interessante,
coerente com o regime tratado, mostrando até que ponto as
pessoas normais e acomodadas podem chegar quando os seus valores se
tornam o reflexo de um sistema peculiar, neste caso, a partir de um
governo forte e autoritário. As mudanças que
rapidamente ocorrem no cenário, quando “A Onda” ganha
força, é o ponto forte do filme. Existe um limite para
tudo, sendo que é muito difícil perceber que o limite
está para chegar. O movimento começa a se espalhar pela
região, se tornando algo real, o perigo do fanatismo a ponto
de se concretizar. Será que o professor vai perder o controle
da situação? O diretor separou cada dia da semana como
se fosse cada parte do filme, sendo assim, a cada dia, as coisas vão
ficando mais interessantes com o crescimento do movimento.
Este filme alemão foi
baseado num acontecimento real americano. Nos EUA, em 1967, o
professor de história Ron Jones fez um experimento com seus
alunos: ele impôs uma ambientação do nazismo em
sua classe. O projeto durou uma semana e causou diversos problemas.
Anos depois, baseado neste acontecimento, o autor Todd Strasser (sob
o pseudônimo Morton Rhue), produziu o livro de ficção
"A Onda", no qual este filme se baseia. O diretor Dennis Gansel adaptou
bem os eventos para a Alemanha, nos dias atuais, onde a obra de
Strasser é leitura obrigatória nas escolas. Podemos
conferir essa atualização quando, no filme, os
envolvidos com “A Onda” criam logomarca, myspace, websites e
adotam uniforme padrão (branco) e até um cumprimento
padrão. Aliás, o elenco ficou bastante convincente e
ajudou a passar a sensação de realismo que todo o filme
precisa ter.
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Fontes: