Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Circo

Eu indico
The Circus (EUA, 1928)

O Vagabundo acaba indo parar em um circo enquanto fugia da polícia, que o confundira com um ladrão de carteiras. Ele sem querer acaba entrando no espetáculo e fazendo grande sucesso com o público, sendo logo contratado pelo dono, que irá se aproveitar dele. Ele ainda arranja tempo para se apaixonar pela acrobata, filha desse mesmo proprietário. Dirigido e estrelado por Charles Chaplin.

Circus:
Todo o talento de Chaplin foi testado neste filme, certamente um dos mais engraçados de sua carreira. A trama em si, que coloca o vagabundo Cartilos por acaso dentro de um espetáculo circense, é bem explorada visualmente, gerando também situações divertidas que são maximizadas pelo talento do ator em expressão corporal e coordenação. Também mantém o padrão de outros filmes e faz algumas reflexões, já presentes nas obras de Chaplin, como quando o personagem tem dificuldades em conseguir comida, quando é explorado pelo dono do circo e quando trabalhadores abandonam o emprego por falta de pagamento. Também mostra o comportamento ingênuo e, em outros momentos, até maduro e bondoso de Carlitos.
O filme tem as características de cinema mudo, com a trilha sonora bem presente e os letreiros na tela para alguns diálogos. Nesse ambiente, Chaplin tira de letra nos quesitos direção e atuação, demonstrando os sentimentos do personagem sem precisar falar e, além disso, provocando o riso no espectador.

Chaplin e o vagabundo:
Chaplin foi um diretor e ator bem famoso na era do cinema mudo, com seu personagem “O Vagabundo”, um andarilho pobretão que possui todo um comportamento de um cavalheiro (paletó apertado, calças e sapatos, chapéu-coco, bengala e pequeno bigode), e é considerado por alguns críticos o maior artista cinematográfico de todos os tempos, além de um grande pioneiro do cinema, junto com os Irmãos Lumière, Georges Méliès e D.W. Griffith.
Charlie Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes. Gostei de todos os que assisti até então: O garoto (1921), Em busca do ouro (1925), O Circo (1928), Luzes da cidade (1931), Tempos modernos (1936), O grande ditador (1941).
Assim como em O Circo, seus filmes costumam resumir a busca por uma vida melhor. Carlitos, após todas as desventuras e aventuras, normalmente abre um sorriso e segue em frente, sempre em busca da felicidade.

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Fontes:

http://cinemaedebate.com/2010/10/20/o-circo-1928/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin

terça-feira, 16 de abril de 2013

Amanhecer de um sonho

Eu indico
Amanecer de un sueño (Espanha, 2008)

Marcel (Alberto Ferreiro) é abandonado por sua mãe aos seis anos de idade. A criança cresce com seu avô Pascual (Héctor Alterio), que lhe ensina as coisas mais importantes da vida e dá o amor que sua mãe lhe recusou. Anos mais tarde, quando Marcel tem 21 anos, decide que é hora de fazer a sua vida e faz planos para morar com sua namorada. Dirigido por Freddy Mas Franqueza.

Laços:
Este filme me lembrou o vencedor do Oscar 2013 de melhor filme estrangeiro, Amor (França, 2012), no que diz respeito a laços emocionais, fortes vínculos que fazemos e mantemos com as pessoas mais amadas. Enquanto o filme francês aborda a relação de um casal de idosos, este espanhol foca em duas gerações bem diferentes, um neto e um avô, onde o destino faz com eles convivam desde que o garoto é pequeno, sendo que os anos em que passam juntos cria uma ligação muito forte entre eles. Por um lado, o garoto sente muito a falta da mãe que o abandonou sem aviso, e provavelmente do pai que não conheceu; por outro lado, o avó, que o acolhe por bondade, também precisa suprimir uma solidão causada pela velhice e por um acontecimento do passado, que vem a ser confirmado mais tarde na trama. Incrível como duas pessoas com uma considerável diferença de idade se tornam inseparáveis, depois de anos de convivência.
Em algum ponto, no meio do filme, é dado um salto no tempo e o garoto já é um adolescente, com seus planos e expectativas de trabalho e de relacionamento. O avô já apresenta sinais de doença que o afeta mentalmente, numa interpretação memorável do ator Héctor Alterio, e nesta fase o garoto terá que provar a sua lealdade e o seu amor. É uma história bem comovente, mostrando as fortes ligações familiares, com simples passagens significativas mostrando as experiências que os dois dividem desde cedo, como andar na praia, jogar bola ou olhar um poço que tem um significado maior para o avô (nesta cena temos um jogo interessante de câmera, onde a mesma mostra o reflexo dos dois olhando para a água no fundo do poço).
Primeiro filme do diretor espanhol Freddy Mas Franqueza, onde ele leva suas experiências pessoais para as telas. Venceu vários prêmios internacionais, incluindo o de Melhor Filme no Festival de Cinema de Valência e Melhor Diretor no Festival de Cinema Internacional Eurásia. A produção contou com a colaboração da Fundação Espanhola para a doença de Alzheimer, até porque o filme também trás a questão dos efeitos da doença Alzheimer.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Demônio (Devil)

Eu indico
Devil (EUA, 2010)

Cinco pessoas que ficam presas dentro de um elevador que, misteriosamente, pára de funcionar. O problema é que, aos poucos, tudo vai levando a crer que um daqueles é ninguém menos que o Demônio. Roteiro e produção de M. Night Shyamalan. Dirigido por John Erick Dowdle.

“... porque se existe o Demônio e a punição, existe também Deus e o perdão...”
Em Demônio, Shyamalan ocupa os cargos de produtor e roteirista. Os elementos de roteiro de Shyamalan marcam a obra. É criada uma história justificável (a base do roteiro) e os personagens possuem características marcantes e são misteriosos (policial com trauma de passado, mexicano religioso, ex-herói de guerra atormentado, etc). Poderia ser um filme chato já que o foco maior está dentro de um elevador, mas as situações que são criadas, dentro e fora, deixam o mesmo bem interessante. É usada a estratégia e tensão causadas pelo que “não é mostrado”, pois nenhum ato que leve a morte é explicitamente mostrado na tela, a energia do elevador desliga quando algo ruim vai acontecer e só ouvimos o barulho (como se estivéssemos lá dentro do elevador, no cantinho), e quando a luz volta, todos - personagens e espectadores – são apresentados ao resultado. Temos também um final interessante, que espero ser adequadamente interpretado por todos.
O filme já começa de uma forma criativa, pois a câmera vai passando pelos prédios altos da cidade, só que de cabeça para baixo, com a terra (inferno) acima do céu. E essa cena termina mostrando o resultado de um suicídio. É um ponto de partida que tem tudo a ver com o filme. Daí vem o suspense de quem será o demônio dentro daquele elevador, e o público pode suspeitar de qualquer um deles. Tendo pouquíssimas possibilidades de jogo de câmera quando a trama se passa no elevador, o uso dos sons e o aproveitamento das cenas do lado de hora compensa essa questão.
O filme Demônio é o primeiro de uma série de filmes que receberam o sinal verde para produção e roteirizarão dos contos de Shyamalan, intitulada The Night Chronicles.

M. Night Shyamalan:
O indiano M. Night Shyamalan tem em sua filmografia menos de 15 filmes. Desde o Sexto Sentido (1999), filme fabuloso e surpreendente, ele tem se mostrado um diretor e roteirista peculiar, com uma certa tendência a enganar o espectador e apresentar reviravoltas surpreendentes no final. O interessante é que ele usa filmes de suspense e terror e introduz uma boa carga dramática, aproximando o fantástico do mundo real e deixando a história mais rica. Considero essa característica um diferencial, mesmo ele sendo visto com grande controvérsia; a maioria se seus filmes ou são adorados, ou são odiados. Dizem que suas histórias são mal interpretadas e a crítica não o tem recebido muito bem.
Recomendo conferir a maioria dos seus filmes, tais como: O Sexto Sentido (1999), Corpo Fechado (2000), Sinais (2002), A Vila (2004), Fim dos Tempos (2008) e Demônio (2010). O seu próximo filme se chama After Earth (2013), e tem Will e Jaden Smith no elenco.
O diretor gosta de fazer aparições em seus filmes, só que ao invés de ser um mero personagem, normalmente tem grande importância e relação direta com a trama.