Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Goodnight Mommy (Áustria, 2015)

Eu indico
Goodnight Mommy (Ich seh, Ich seh, Áustria, 2015)

No calor do verão, uma casa isolada no campo, entre bosques e campos de milho. Gêmeos de dez anos de idade esperam por sua mãe. Quando ela volta, com a cabeça envolta em ataduras após uma cirurgia plástica, nada é como era antes. Severa e distante, ela fecha a família para o mundo exterior. Começando a duvidar que esta mulher é realmente sua mãe, os meninos estão determinados a encontrar a verdade de qualquer maneira. Dirigido por Severin Fiala e Veronika Franz.

Elias e Lukas:
Eu, brasileiro, tive a oportunidade de escolher somente um filme para assistir em Nova York, queria muito conhecer algum espaço de cinema nos EUA. Escolhi o Elinor Bunin Munroe Film Center, no Lincoln Center, em Manhattan, que é tipo sala de arte, passando filmes estrangeiros. Dessa forma, apesar da língua falada no filme escolhido ser a alemã, as legendas em inglês foram suficientes para entendimento pleno... e a escolha do filme foi certeira.
Há quem diga que este é o filme de terror mais assustador do ano. Na verdade, o filme alterna entre o drama e o suspense, inclusive trás à tona uma boa discussão sobre relacionamentos familiares e a importância de cuidar bem dos filhos após a ocorrência de um trauma. A Áustria anunciou que este será o seu representante para o Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro. Só espero que passe logo pelas salas do cinema nacional, pois merece muito ser assistido.
Na trama, mãe e dois filhos (gêmeos) estão isolados numa residência em meio a árvores e plantações de milho. Ela sofreu uma cirurgia plástica no rosto, sua aparência coberta de ataduras dá um ar assustador e seu comportamento com os filhos parece severo e questionável. Então, a relação entre eles vai ficando cada vez mais tensa. Alguns fatos recentes observados pelos garotos faz com que eles suspeitem se de fato ela é sua mãe verdadeira. Daí em diante não dá para contar, só deixar o registro de que a trama fica carregada de mistério, suspense, expectativas sobre a verdade e, claro, cenas bem fortes.
O elenco é formado por Susanne Wuest, Elias Schwarz e Lukas Schwarz. Ela simplesmente é chamada sempre de “mãe” (mommy), então não sabemos o seu nome e essa deve ser uma forma que os diretores encontraram para universalizar o papel de mãe. Os garotos emprestaram o seu primeiro nome de verdade para os personagens (os atores se chamam Elias e Lukas mesmo).
O filme é carregado de mistério, os cineastas decidiram disponibilizar poucas explicações durante a trama, nos deixando somente ser levados pelas cenas. Um ponto muito forte é a fotografia, quanto mais com grandes paisagens da floresta e da própria casa que é um espetáculo. Mas o ponto de maior destaque é a forma como foi transportada para as telas essa discussão sobre a relação familiar, as consequências de desentendimentos e desconfianças - muitas vezes como reação após um trauma - e a agressividade resultante dessa desconfiança, quanto mais num ambiente isolado. A dupla Severin Fiala e Veronika Franz mistura tudo isso com algumas cenas que se aproximam do macabro. Como os dois garotos e a mãe precisam conviver quase o tempo inteiro juntos, ficamos sempre na expectativa de como um vai tratar ou reagir a uma ação do outro.
Aguarde um final impactante e difícil de ser previamente descoberto, apesar de que existem algumas pistas durante a trama, assim como outras que são estratégias para nos confundir um pouco. Particularmente, gosto muito de ser surpreendido pelos finais dos filmes, o que foi o caso.

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Fontes:

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Delta de Vênus (1995)

Eu indico
Delta of Venus (EUA, 1995)

Na procura de uma matéria provocante, Elena, uma jovem escritora, parte numa aventura excitante e exótica na cidade de Paris, onde suas fantasias se tornam realidade, acordando-a para seu próprio poder sensual e seus desejos. Dirigido por Zalman King.

Elena:
Anais Nin escreveu o livro Delta de Vênus em 1978, que lida com diversos temas sexuais, do ponto de vista da mulher, sendo a escritora bem elogiada por conseguir ir além da pornografia. O filme de 1995 é uma adaptação desta obra, dirigido por Zalman King que é conhecido por outros filmes nesta mesma proposta, cujos títulos dizem tudo: Orquídea Selvagem (1989), Um toque de Sedução (1988), 9 1/2 Semanas de Amor (1986). Este último ele não dirigiu, mas participou da produção.
A obra erótica de Anais Nin é traduzida para as telonas de forma ousada, com muitas cenas explícitas e interessantes. Então, não deixe de conferir a versão sem cortes e tenha a mente aberta, que é uma característica marcante nos leitores fãs de Anais Nin. A crítica ao filme foi fervorosa, muitos defendem que foi uma traição à obra da escritora. Enfim, às vezes é melhor desassociar uma coisa da outra e aproveitar o filme, que é bem legal.
No filme, a escritora americana Elena (Audie England) se envolve com um romancista francês (Costas Mandylor) num relacionamento ardente. Mas isso é só o começo de tudo que o filme vai oferecer. O clima da 2ª Guerra Mundial chegando só intensifica, talvez, a vontade de Elena em aproveitar a vida e expandir suas experiências sexuais, sem perder de vista a busca pela paixão. Vários contos do livro são vivenciados no filme pela protagonista. E nada melhor do que a cidade de Paris para servir de palco.
Com certeza vala a pena conferir a atriz Audie England, que interpreta Elena, linda, charmosa, muito sensual e sem problemas para encarar este papel difícil. Talvez o maior mérito do filme seja ela. A atriz tinha 23 anos na época do filme e, a partir deste, ela atuou em outros filmes até 1999.
Aproveitando o tema, vale a pena conferir a lista dos vinte grandes filmes picantes (com conteúdo sexual significativo, mas sem se perder no enredo) que selecionei com uns amigos e publiquei no final da postagem abaixo:

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Fontes:

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Desaparecimento de Eleanor Rigby (EUA, 2013)

Eu indico
The Disappearance of Eleanor Rigby: Him (EUA, 2013)

Eleanor (Jessica Chastain) e Connor (James McAvoy) são dois jovens recém-casados que vivem em Nova York, EUA. Eles são felizes, até que algo muda tudo. Resta-lhes procurar as peças que lhes permitam reconstruir aquele passado ou conseguir seguir em frente. Dirigido por Ned Benson.

Ele e ela:
Posso dizer que este é um dos melhores filmes românticos de 2013, que no Brasil recebeu o nome de “Dois Lados do Amor”, impróprio na minha opinião. Não se trata de uma história de amor perfeita, mas realista e bem desenvolvida. Com uma interpretação muito boa de James McAvoy e Jessica Chastain (umas das minhas atrizes preferidas), é um filme que aborda o sentimento entre o casal e suas reações perante à mudança que terão que enfrentar. Muito bom mostrar o ponto de vista de cada um dos protagonistas, afinal, existe mais de uma versão deste filme: a versão do ponto de vista dele (him), a dela (her) e a de ambos (them). Até o momento, vi somente a versão do Connor: “The Disappearance Of Eleanor Rigby: Him”. Com certeza verei as outras duas em breve.
Ele, um cara centrado, se assusta com a decisão de afastamento por parte da esposa, e busca primeiro retomar a relação e, depois, seguir em frente. Ela, busca na fuga uma possível solução para seu sofrimento. A versão dele é suficiente para mostrar o grande resultado dirigido por Ned Benson, que nos mostra um filme legal a partir de um roteiro simples, cada personagem lidando com uma situação difícil e tomando o seu caminho e encontrando a si mesmo. Também é um filme que mostra boas tomadas das ruas de Nova York, a cidade que nunca dorme.
Mesmo diante da incerteza do que vem pela frente – afinal assim é a vida – o final é reflexivo e esperançoso, podendo agradar tanto a casais, quanto a qualquer pessoa que assista sozinho. Afinal, consegue ser abrangente em sua proposta. Essa fórmula, separando os pontos de vista em filmes distintos, consegue mostrar o quanto é importante nos colocarmos no lugar do outro e não julgar de cara as ações de uma pessoa.
Os coadjuvantes também foram acertados, já que ninguém acaba ficando solto dentro da história, ainda mais com a ótima interpretação de Ciarán Hinds (faz o pai de Connor, um sujeito interessante) e Viola Davis, que aparece na versão de Eleanor (que eu não vi, porém essa atriz dispensa comentários). São personagens que, cada um do seu jeito, dão um suporte emocional aos protagonistas, que é um papel que os coadjuvantes de nossa vida (pais, professores, amigos) fazem tanto por nós.

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Fontes: