Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Kung Fury (2015)

Eu indico
Kung Fury (EUA / Suécia, 2015)

Kung Fury é um policial de Miami nos anos 80, precisa viajar no tempo para matar Adolf Hitler, conhecido como Kung “Führer”. Entretanto, a máquina do tempo envia ele para Asgard, na era Vinking, onde vai contar com a ajuda de outros para completar sua missão. Dirigido por David Sandberg.

Kung Fury versus Kung Führer:
Kung Fury é um curta-metragem recente, realizado em 2015. Muita ação e comédia, tiros e artes marciais, estrelado por David Sandberg, então diretor e protagonista. É uma clara homenagem aos filmes de ação dos anos 80, ou melhor, homenageia a década de 1980, sua cultura, principalmente relacionada a filmes, séries e aos games. Assistindo ao curta, fica a sensação de assistir a algum filme de fato realizado na década de 1980, embora os efeitos especiais sejam melhores. O que pode ser detectado como falha é, na verdade, algo proposital para manter a característica e a homenagem. Até a estética dos filmes em fita de VHS é considerada.
Um policial durão aprende, em alguns segundos, a arte do Kung Fu, da forma mais inconcebível possível, o que já vai arrancar algumas risadas dos espectadores. Ele mora em Miami e resolve as questões que a polícia não consegue, como combater a um fliperama vivo e enlouquecido. É assim mesmo que começa a trama. Esse curta garante diversão, é uma excelente opção para passar o tempo e para quem gosta de nostalgia anos 80!
O roteiro é uma série de desculpas absurdas e hilárias para encadear uma trama de ação e fazer referências à década de 1980. Faz muita paródia a filmes policiais e de artes marciais desse período. David Sandberg, como diretor, é quase um ser excepcional como o seu personagem Kung Fury, ao produzir tanta coisa em pouco mais de 30 minutos de duração. Ele mesmo teve a ideia de buscar financiamento em um site de financiamento coletivo (Kickstarter). Mais de 17 mil pessoas doaram, o que gerou mais de US$ 630 mil dólares para produzir o filme. O diretor já afirmou também que o projeto deve virar um longa, passando por novas gravações de todas as cenas.
O curta pode ser visto online, grátis para todos, pois após alcançar a meta do financiamento, ele foi disponibilizado dessa forma. Li em algum lugar e reproduzo aqui: “Para tudo que estiver fazendo e vá assistir Kung Fury!”

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Fontes:

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Sentidos do Amor (2011)

Eu indico
Perfect Sense (Reino Unido, 2011)

Susan (Eva Green) é uma estudiosa epidemiologista em crise com o amor. Ao conhecer o sedutor Michael (Ewan McGregor), um talentoso chefe de cozinha, tenta resistir, mas logo acaba rendendo-se. No entanto, enquanto a paixão do casal aumenta, uma misteriosa pandemia se espalha pelo mundo. Dirigido por David Mackenzie.

Sentidos e sentimentos:
Ao se julgar um filme pela capa e, neste caso, também pelo título, muitos desistiriam de assisti-lo por achar que se trata de mais um filme meramente romântico. Apesar de que, sim, existe um romance, uma relação entre duas pessoas que vai crescendo, o amor e a paixão florescendo, a busca por alguém para dividir a vida; porém, aqui, o romance é importante, mas não primário. Ao mesmo tempo em que nosso casal principal vai crescendo como parceiros, o mundo inteiro enfrente uma epidemia curiosa. Após um ataque incontrolável de choro, as pessoas perdem totalmente o sentido do olfato. E isso é só o começo...
A premissa pode lembrar algumas histórias do renomado escritor José Saramago, como “Ensaio sobre a cegueira”, que teve um filme lançado em 2008. Mas, ao contrário da reação maléfica que a humanidade mostra diante da perda da visão nesta história de Saramago, aqui, neste “Sentidos do Amor”, temos uma linda lição de como o ser humano pode se adaptar aos obstáculos e limitações que a vida pode trazer, mesmo quando isso envolve algo no qual ele está acostumado, como nossos sentidos. Claro que o filme não é romântico e otimista demais a ponto de só mostrar boas reações, até porque vemos como as pessoas se dividem em dois grupos: os que reagem com violência e maldade, destruindo; e os que se adaptam e servem de exemplo para os demais. Umas das cenas mais belas é quando um grupo de jovens está numa mesa de restaurante, conversando em libras e sorrindo, depois da perda da audição. A vida continua. Perdeu-se o cheiro, o sabor, mas podemos contemplar o designer, as cores e os formatos. O ambiente do restaurante foi propício para mostrar essas mudanças. As pessoas, mesmo sem sentir o sabor da comida, podem sentir o ambiente, as amizades, as vibrações! Até os críticos gastronômicos continuaram o seu trabalho.
O filme é um romance que vem junto com um ensaio sobre a humanidade. Ela se adapta de uma forma incrível à nova realidade. Tem uma narração belíssima e, em algum momento, ela reforça: “eles voltaram a fazer aquilo que sabiam fazer”, porque precisavam. Também levanta a questão de que nossas memórias estão ligadas a cheiros. E ainda temos esse momento anterior a perda de um dos sentidos, como uma raiva incontrolável que faz com que digamos tudo aquilo que guardávamos de rancor, nos deixando sinceros demais e, ao mesmo tempo, tão capazes de machucar os sentimentos do outro, já que nossa opinião vem com um machismo ou feminismo internalizados e ideias preconcebidas.
A cena final do filme é linda... segue a linha apocalíptica, mas deixa uma mensagem incrivelmente sensível e, claro, é romântica no melhor sentido dessa palavra. E a estratégia das cenas estarem alinhadas com as falhas nos sentidos ficou perfeita, pois assim a gente presencia a situação de forma mais realista.

Mas antes os momentos de luz.
Uma hesitação compartilhada do lóbulo temporal.
Uma apreciação profunda do que significa estar vivo.
Mas, acima de tudo, a vontade de alcançar o outro.
De oferecer calor.
Compreensão.
Aceitação.
Perdão.
Amor.
Está escuro agora, mas sentem a respiração um do outro... 
e sabem tudo que precisam saber.”

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Fontes:

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Memórias Secretas (Remember, Canadá, 2016)

Eu indico
Remember (2016)

Aos 80 anos, Zev (Christopher Plummer) aceita uma missão incumbida pelo seu colega de asilo, Max Zucker (Martin Landau): deixar o local em que vive em busca de um antigo guarda nazista. Seu objetivo é, mesmo após tantas décadas, puni-lo pelo assassinato de sua família durante a Segunda Guerra Mundial. Só que, ao longo da jornada, Zev precisa lidar com falhas de memória causadas pela idade avançada. Dirigido por Atom Egoyan.

Remember:
Essa é uma excelente opção, atualmente nos cinemas, ao menos aqui em Salvador, Bahia. Diante de uma gama de filmes pouco atrativos e sem originalidade, este aqui se destaca, mesmo com temas amplamente utilizados nos cinemas. Trata de um sobrevivente do holocausto em busca de vingança, quando descobre que o guarda nazista que matou sua família nos campos de concentração, está vivendo na América do Norte.
A novidade no filme é que o protagonista é um senhor de idade, ele tem 80 anos e possui uma doença que gera perda de memória, denominada demência (provavelmente causada por Alzheimer ou outra variante). Então, para cumprir sua missão, ele precisa ser bem organizado e se esforçar bastante para lembrar das coisas. Isso lembra os percalços enfrentados pelo personagem do filme Amnésia (Memento, 2000), de Christopher Nolan, interpretado de forma surpreendente pelo ator Guy Pearce, que no filme utilizava tatuagens no corpo para lembrar de coisas básicas, já que sofria de constantes perdas de memória, principalmente a memória recente. Enfim, como já era de se esperar, Christopher Plummer faz uma atuação magistral, esse ator que levou o Oscar de 2012 pelo filme Toda Forma de Amor (de Mike Mills). Ator canadense que, na vida real, já tem pouco mais de 80 anos e é um exemplo para o cinema. Ele atua em filmes e séries desde 1958 e possui uma gama de prêmios e indicações para o cinema e para a TV. Aqui neste filme Remember, ele nos passa todas suas sensações que o seu papel enfrenta.
A fragilidade do personagem chega a nos incomodar, até porquê vamos nos deparando junto com ele com as surpresas enfrentadas diante de sua condição. Essa junção da temática das cicatrizes deixadas pelo holocausto nos tempos atuais, com o suspense nessa busca por vingança por parte de um velho doente, foi providencial para garantir 94 minutos interessantes e com um pouco de adrenalina. O esquecimento constante, algo no qual qualquer um de nós estamos submetidos a encarar um dia, é elemento fundamental neste filme, que possui um final bem forte e impactante.

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Fontes: