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Eu indico |
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Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu? (França, 2014) |
O casal
Verneuils tem quatro filhas. Católicos, conservadores e um pouco
preconceituosos, eles não ficaram muito felizes quando três de suas
filhas se casaram com homens de diferentes nacionalidades e
religiões. Quando a quarta anuncia o seu casamento com um católico,
o casal fica nas nuvens e toda a família vai se reunir. Mas logo
eles vão descobrir que nem tudo é do jeito que eles querem.
Dirigido por Philippe
de Chauveron.
Uma
divertida bofetada no preconceito:
A convivência com diferentes raças é uma situação
até hoje curiosa, observada por muitos estudiosos. Também é uma
temática na qual muitos filmes abordaram, normalmente filmes
dramáticos. Além disso, é algo que gera muito conflito. A França
lança essa comédia - muito divertida, por sinal - que lida com a
situação sem causar ofensas e consegue levantar boas reflexões,
sem perder o humor. A França é um país que convive com diversas
etnias, então o diretor aproveitou o cenário e conduziu o filme com
criatividade para mostrar situações engraçadas, advindas dessa
situação. Nosso preconceito, muitas vezes sutil e camuflado, acaba
sempre aparecendo de alguma forma, como acontece com o casal
Verneuils e sua família. O casal é católico conservador e, como
uma maldição, suas filhas se casaram com homens de diferentes
nacionalidades e religiões. É o suficiente para causar um mundo de
confusões, caras feias, ofensas e brincadeiras. O esforço do casal
em nome da harmonia familiar chega a ser engraçado, pois eles não
conseguem deixar se ser transparentes e esconder o descontentamento.
Mas até eles serão transformados nesse processo, para melhor.
O filme se destaca por mostrar que todos os personagens
possuem algum grau de preconceito. Essa mistura de culturas na telona
e os conflitos que aparecem com a convivência é bem interessante.
Imagine um jantar de família com pessoas de tudo quanto é origem.
Não há preferência por uma cultura específica, religião ou
qualquer coisa. O lado bom e ruim de cada uma é manifestado e o
recado é a boa convivência e um viva à diversidade. São mostradas
as vantagens desse tributo à diversidade, o que podemos aprender com
diferentes culturas e perceber como podemos nos identificar com
alguém que parecia ser tão diferente.
As piadas não são ofensivas, apesar de que o filme
consegue chocar, em seu propósito, e isso é bom. Os atores estão
numa sinergia muito boa, com destaque para Christian Clavier, que
interpreta o pai da família, Claude Verneuil. Desde a primeira cena
ele é hilário com suas caras e bocas e mais ainda com seus
comentários, além de uma grande atuação. Podemos dizer que é uma
das melhores comédias dos últimos tempos, que consegue lidar com
uma situação séria de forma criativa, causando reflexão e uma boa
sensação no todo.
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Fontes: