Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Mão do Diabo (Frailty)

Eu indico
Frailty (EUA, 2002)

A história se passa numa cidadezinha do interior do Texas. Fenton Meeks (Matthew McConaughey), depois de ficar sabendo de uma série de assassinatos, vai até a delegacia e declara que sabe de coisas que podem resolver o caso do "Mãos de Deus", um serial killer que já matou 6 pessoas. Fenton diz que seu irmão Adam é o responsável pelas mortes e o xerife local vai ouvindo sua história, carregada de trágicos acontecimentos que marcaram a infância do garoto. Dirigido por Bill Paxton.

Fragilidade:
O título em português é um pouco tendencioso, pode parecer que estamos diante de um filme de horror, quando na verdade é um filme policial e suspense, uma história bem interessante sem apelar para brutalidades. O título original significa “fragilidade” e a escolha do título em português é estranha porque o caso investigado pela polícia, do assassino em série no filme, é chamado de “mãos de deus”.
O filme é um grande entretenimento, pois a história é muito boa, prende a atenção e possui algumas reviravoltas interessantes e inesperadas, além de manter a coerência. É aquele tipo de filme que pode deixar o espectador boquiaberto nas últimas cenas, onde os últimos 15 minutos são cheios de tensão e revelação.
Bill Paxton é um ator americano que já participou de vários filmes. Incrível que estreou na direção com este filme e o resultado foi muito bom. Soube criar uma atmosfera de suspense que vai aumentando, e ainda atua no filme como o pai dos garotos. As filmagens só duraram 37 dias e o roteiro de Brent Hanley contribuiu para o bom resultado.
Imagine que um pai (Paxton), depois de ter uma suposta visão de Deus, resolve seguir as ordens enviadas por um anjo e começa a matar pessoas que diz serem "demônios". Fenton, um dos dois filhos, fica horrorizado com as ações do pai e as coisas começam a se complicar. O fanatismo de seu pai, cada vez mais cego pela suposta "luz divina", se torna uma séria ameaça à sua vida e à de seu irmão, Adam. A partir daí, a história começa a se desenrolar de maneira cada vez mais trágica e obscura. Interessante a história do ponto de vista de um dos garotos, sendo que no presente ele está ajudando a polícia a desvendar o caso do assassino em série “mãos de deus”.
Nem precisou apelar para cenas pesadas, pois o que o espectador vê são alguns vultos e barulhos abafados de machadadas provocadas pelo alucinado personagem de Bill Paxton. Então o que fica de pesado é o suspense psicológico provocado pela situação em si.

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Fontes:

http://www.cinepop.com.br/criticas/maododiabo.htm

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Homem Invisível (The Invisible Man)

Eu indico
The Invisible Man (EUA, 1933)

Jack Griffin (Claude Rains) criou uma fórmula que o permitiu tornar-se invisível. Porém, enquanto busca o antídoto, os problemas começam a acontecer quando as pessoas da localidade descobrem sua natureza e forçam sua fuga. Enlouquecido e com a cabeça cheia de planos destrutivos, Jack torna-se uma grande ameaça e põe toda a polícia em seu encalço. Dirigido por James Whale.

Louco e invisível:
Do gênero ficção científica e terror, baseado no livro de H.G. Wells, com roteiro de R.S. Sherriff, este foi bem destacado entre os primeiros grandes filmes de ficção científica. Dirigido por James Whale, conhecido pelo seu trabalho em filmes de horror populares, como Frankenstein (1931), o Homem Invisível apresenta efeitos especiais fantásticos – principalmente considerando que é um filme de 1933 – e deu origem a várias sequências, além do fato de que seus efeitos inovadores foram praticamente imitados em outros filmes.
Os ótimos efeitos especiais foram de John P. Fulton, John J. Mescall e Frank D. Williams. Em algumas cenas foram usados fios para puxar as roupas de Claude Rains, em outras o ator usa um veludo negro em um fundo escuro. Um dublê substituiu Rains em algumas cenas. Para as cenas onde apenas o corpo aparece, sem a cabeça, foi usada uma máscara especialmente preparada, com o filme sendo tratado em laboratório para complementar o efeito.
O diretor escolheu Claude Rains para o papel principal e não poderia ter feito uma escolha mais certeira. A voz do ator é perfeita para um papel onde não o vemos praticamente o filme todo. Uma inesquecível atuação para um personagem bem caracterizado, com hábitos estranhos, humor instável, beirando a insanidade e com o rosto invisível e coberto de bandagens. Não tem como não atentarmos para a sua risada estridente e diabólica. Engraçado que inicialmente o Boris Karloff (ícone do terror, interpretou o Frankenstein em 1931) era o escolhido pelo Estúdio Universal para protagonizar o filme, e por questões de negociação salarial acabou ficando de fora, e ainda assim mais três atores foram considerados para o papel antes de Claude Rains.
O uso dos sons e do movimento dos objetos na interação com o personagem, a idéia de aproveitar a vantagem e roubar um banco, ou sabotar um trem, o uso pela polícia de cães farejadores, banho de tinta e da procura da fumaça que sai através da respiração de Jack Griffin no frio mostra toda a criatividade em cima da situação. Até o fato de só exibir o rosto do personagem na última cena é proposital.
O personagem Griffin durante o filme tenta achar o antídoto, mas parece que a mesma droga que o fez invisível, leva-o a comportamentos insanos e o mesmo além de cometer crimes, ambiciona a riqueza com sua descoberta, tencionando vender a fórmula para algum país, que a usaria para ter um exército invisível.
Em 2008, o livro de H.G. Wells foi selecionado para ser preservado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América.

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Fontes: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_Invis%C3%ADvel_%28filme%29

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans)

Eu indico
Aurora (EUA, 1927)

Seduzido por uma moça da cidade, um fazendeiro tenta afogar sua mulher, mas desiste no último momento. Esta foge para a cidade, mas ele, arrependido, a segue para provar o seu amor. Dirigido por F. W. Murnau.

Despertar:
Em 1929 foi realizada a primeira cerimônia do Oscar. Existiam duas premiações para melhor filme, e Aurora levou como “Melhor Filme - Prod. Única e Artística”. Já disseram que este é o filme mais belo do mundo. F. W. Murnau, diretor conhecido no mundo do cinema expressionista alemão, dirigiu este que foi o seu primeiro filme em Hollywood. Pode-se dizer que é uma história de amor melodramática, um drama romântico, sendo considerado também o primeiro grande filme do Oscar, pois é o mais lembrado entre os filmes que participaram da primeira cerimônia.
A vida de um casal interiorano sofre uma drástica mudança quando tentada pelos prazeres da cidade. Diante de uma mulher urbana, o homem não resiste e ela torna-se a sua amante, e ela com seu egoísmo e interessada mais em dinheiro o convence a trair e matar a esposa. “Não poderia afogar-se?” é uma frase dita pela amante, que choca na tela, com direito a um efeito visual nas palavras que afundam no nada; um uso criativo deste efeito no diálogo escrito, já que o filme é mudo (todas as falas usem o velho letreiro na tela). A jovem esposa nada pode fazer além de implorar pela vida. E, surpreendentemente, o homem desiste do ato na última hora.
Este filme é de uma sensibilidade única. Como resgatar um amor depois de ter pensado e quase tentado assassinar a pessoa amada? O que parece acabado, destruído e impossível de reversão, é questionado e comprovado - o contrário - por Murnau. É um filme que inicialmente tende ao trágico, até mesmo ao sinistro, e logo depois se transforma magicamente em sensível, romântico e emocionante. A partir daí o casal vive uma noite como se fosse o seu primeiro e maravilhoso momento, tendo o espectador direito a algumas cenas de comédia e aventura, divertidas e que dão uma boa sensação de alívio em relação ao início da trama.
Sendo preto e branco, os contrastes de claro e escuro dão uma característica visual marcante ao filme, sendo isso uma herança do cinema alemão da década de 20. No campo, prevalece o uso do escuro, mas na cidade vem o claro, simbolizando essa contradição da consciência de um homem diante das tentações da cidade, que o influencia a romper com a moral e os valores religiosos. Nesse sentido, há um tom melancólico de despedida de uma época. A revolução industrial e o estabelecimento do capitalismo são postos no filme como agentes transformadores, elementos que agem no sentido de romper valores como honestidade, integridade e fidelidade.
Apesar do diálogo mudo, Aurora já contava com efeitos sonoros e Murnau fez bom proveito disso. O barulho dos sinos na Igreja é como um despertar do homem, que marca o seu profundo arrependimento; e da mulher que por amor ainda lhe dá mais uma chance. Sutil e simbólico, com uma música acompanhando o desenvolvimento da história, podemos nos apaixonar pelos personagens, que não possuem nome, justamente para universalizar todas as pessoas que podem estar na mesma situação. “Aurora” consegue um poder de concentração raro, até para quem não está costumado com filmes mudos (e em preto e branco). Existem reviravoltas surpreendentes no filme, e até um objeto que seria usado para uma finalidade acaba voltando em outra cena e se encaixando no novo contexto de forma inteligente, como um presente para os espectadores “despertos”.