Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Crimes Ocultos (Child 44, 2015)

Eu indico
Child 44 (EUA / República Tcheca /
Reino Unido / Romênia, 2015)

Durante o governo stalinista na União Europeia, um oficial da segurança percebe um número de assassinatos de crianças muito alto numa região, a ponto de se considerar a existência de um serial killer. O Estado não quer saber do caso, que pode ter conexões com altos funcionários do governo e exila o oficial para que ele não possa prosseguir com a análise dos fatos. No entanto, este homem decide chamar a sua esposa para investigarem o caso por conta própria. Dirigido por Daniel Espinosa.

Criança 44:
Baseado no best-seller de Tom Rob Smith, “Criança 44”, este filme que ganhou o título no Brasil de “Crimes Ocultos”, quase que ofusca a informação de que trata-se de uma adaptação de um livro de sucesso. Apesar de tê-lo visto, inúmeras vezes, como um dos mais vendidos nas grandes livrarias, infelizmente ainda não li a obra, mas achei o enredo do filme bem interessante. A proposta, por si só, de existir um suposto serial killer ofuscado pela situação da União Soviética na época, justificando-se através da frase de Stalin, "não há assassinos no Paraíso", já que as barbaridades sempre eram atribuídas como falhas das autoridades, é uma interessante ideia e gerou um bom suspense misturado neste contexto de poder político na antiga União Soviética, exercido por Josef Stalin, política na qual não existem crimes na sociedade local.
A ambientação da União Soviética stalinista é ótima, o filme consegue passar esse drama e também não deixa de ser um suspense de serial killer. Se baseia no primeiro livro (de 2008) de uma trilogia que mostra um oficial soviético, Leo Demidov, investigando homicídios na União Soviética de Stalin. O interessante do romance é que este é baseado na história real do assassino em série russo Andrei Chikatilo, também conhecido como o Estripador de Rostov, que foi o responsável por 52 assassinatos na União Soviética, muitas das vítimas crianças, entre Moscou e Volsk.
Quando uma criança é encontrada morta, o governo logo quer forçar a conclusão como um acidente, mas o pai convence um de seus amigos a investigar o caso. A partir daí, nos deparamos com um caso repleto de reviravoltas, sendo que muita coisa paralela ocorre, já que o contexto onde está inserido, é bem maior. É interessante perceber o quanto era difícil, na época, levar uma investigação dessas a frente, mostrando o que de fato é um herói. Este é interpretado por Tom Hardy, astro de um dos melhores filmes do ano: Mad Max - Estrada da Fúria (2015). Sua esposa é interpretada por Noomi Rapace (Os Homens que Não Amavam as Mulheres, a versão original, de 2009, da Suécia). O elenco conta ainda com grandes nomes como Gary Oldman e Vincent Cassel, entre outros, sendo assim temos um elenco para ninguém botar defeito.

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Fontes:

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

No Coração do Mar (2015)

Eu indico
In the Heart of the Sea (EUA, 2015)

Inverno de 1820. O navio baleeiro Essex parte em busca de óleo de baleia. O navio é liderado pelo nada experiente capitão George Pollard (Benjamin Walker), que tem Owen Chase (Chris Hemsworth) como seu primeiro oficial. Owen sonha em ser capitão e tem o objetivo de superar a meta traçada por seu empregador. Eles navegam por meses em busca de baleias, mas quando encontram se deparam com uma grande ameaça, uma gigantesca baleia branca que irá lutar por sua sobrevivência e acabará atacando o navio e sua tripulação. Dirigido por Ron Howard.

Mody Dick:
Este filme é uma adaptação do clássico da literatura Moby Dick, de Herman Melville, sendo que mostra a história por um novo ângulo, mantendo as principais lições da obra. Admito que ainda não li o livro, mas assisti sua adaptação mais antiga para o cinema, de 1956, com Gregory Peck e Richard Basehart, que me pareceu ser uma cópia mais fiel à obra em si. Entretanto, esta nova versão, mostra a história do escritor conhecendo a história que ele vai contar. No Coração do Mar vai nas profundezas do coração humano, lidando com o ego, ódio, ambição, vingança e também a humildade e o amor. Nas mãos do competente diretor Ron Howard, o filme é muito mais do que uma batalha entre homens e uma baleia. Assim como a obra, continua impactando pensamentos até os dias de hoje.
Ainda mais interessante é mostrar o significado da palavra “ficção”, quando o escritor explica que será contada uma história, com a ideia principal mantida, mas podendo ele ocultar algumas partes; o principal, ele disse, já foi presenciado (um homem que foi no lugar onde nenhum outro tem coragem). Em outra cena, aparece a comparação do óleo da baleia com o petróleo: os tempos mudam, mas a ganância do homem continua levando a guerras, seja antigamente ao matar baleias atrás de óleo para iluminar as cidades, ou mais recentemente na busca pela exploração de petróleo.
Desde que conquistou o Oscar pelo filme “Uma Mente Brilhante” (2002), Ron Howard vem se destacando como diretor. Destaco outros como “Frost/Nixon” (2008), “A Luta Pela Esperança” (2005) e “Rush - No Limite da Emoção” (2013). Agora neste “No Coração do Mar”, ele conta com Chris Hemsworth para contar a história por trás do clássico da literatura Moby Dick. O ator, que interpretou o deus-herói Thor, teve que abrir mão do seu grande físico e perder muitos quilos para viver um náufrago neste filme.
O filme tem o clima das aventuras épicas da literatura, na linha de grandes embarcações por mares distantes. Esta fórmula fez muito sucesso na literatura e nos cinema em décadas passadas, principalmente em histórias de piratas, como “A Ilha do Tesouro”, do escritor Robert Louis Stevenson, que também possui algumas adaptações para o cinema. Neste aqui não temos histórias de piratas, mas sim uma batalha entre homens e baleias, sendo Mody Dick a principal, considerada pelos homens como um demônio. A grande baleia branca se destaca como um monstro, mas na verdade podemos concluir facilmente que ela está se defendendo, ou defendendo as outras. Ela, assim como os humanos do filme, é um grande personagem, tanto que ganhou um nome. O filme tem grandes cenas e um ritmo legal. Para se situar melhor no filme, segue o significado de alguns termos náuticos que se referem a lados e locais da embarcação:
Barlavento: lado do barco que recebe o vento.
Sotavento: lado do barco que solta o vento.
Bombordo: lado esquerdo do rumo da embarcação.
Estibordo (ou boreste): lado direito do rumo da embarcação.
Popa: parte de trás do barco (onde normalmente fica o motor, fica fácil se você imaginar que existe “motor de popa”).
Proa: parte da frente do barco.

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Fontes:

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Invasores - Nenhum Sistema Está à Salvo (Alemanha, 2014)

Eu indico
Who Am I - Kein System ist sicher (Alemanha, 2014)

Benjamin (Tom Schilling) é uma pessoa solitária. Sua vida se resume ao mundo virtual, onde pode ser quem desejar. Logo, ele se junta a um grupo de hackers em Berlim que provocam atividades divertidas em busca de fama e reconhecimento de outros hackers. Mas o que começa como um jogo, acaba se intensificando a algo perigoso entre o amor e a morte. Dirigido por Baran bo Odar.

O hacker e o mágico:
A cultura hacker foi abordada em diversos filmes, um dos meus preferidos é o Hackers - Piratas de Computador (1995, de Iain Softley), com Jonny Lee Miller e Angelina Jolie. Entretanto, ao assistir a este filme Invasores - Nenhum Sistema Está à Salvo, percebi que vai ser difícil um outro filme, do mesmo estilo, superá-lo. É um filme alemão, bem movimentado, com uma narrativa interessante, contado em flashback. Mostra como uma pessoa se torna um hacker, desde pequeno. Toda a cultura desse meio é abordada: um grupo que se forma para pregar peças em grandes sistemas, furar seguranças de grandes empresas e disputar com outras facções por reconhecimento neste mundo cibernético, os encontros dos grupos com máscaras, para manter o anonimato, e até aqueles que abusam da fama e da experiência para obter benefícios próprios e violar a lei. O título original em inglês (WhoAmI) é um apelido virtual (nickname) de um grupo de hackers no filme.
Essa rivalidade que existe no mundo virtual, junto com a máfia cibernética que é combatida pelo governo e grandes corporações, levanta questionamentos interessantes no filme. Sendo assim, o que seria um mero filme de hacker, que já deixou de ser algo atrativo, passa a ter uma dimensão maior e explorar a psicologia humana, já que grandes hackers sabem se aproveitar do comportamento humano para encontrar falhas de segurança, se aproveitando da fragilidade de algumas pessoas em virtude de seus sentimentos. Nenhum sistema está a salvo porque, mesmo com toda a segurança que a tecnologia garante, sempre pode existir a falha humana, a grande brecha final. Com essa premissa o filme consegue seu feito.
Mesmo para quem não curte filmes de hackers, a recomendação para assistir a este é ata. O filme tem uma grande reviravolta, na qual as coisas se encaixam e assim ele toma proporções bacanas. Um dos melhores finais já imaginados em filmes de ação e suspense. Se fossemos julgar um filme pela capa, pelo título ou até mesmo quando chegamos na metade e achamos ele chato ou cansativo, muitos desistiriam deste. Porém, a recomendação que eu deixo é a seguinte: assista até o final e, como dito por um dos personagens, não acredite em tudo o que vê, o hacker não é muito diferente de um mágico ilusionista... ele faz com que as pessoas olhem para o lado errado, e aplica o golpe de forma quase imperceptível. É como aquela mágica que, quando revelada, você fica abismado o quanto o truque era simples. Não deixa de ser um truque de engenharia social.

Só mais uma coisa: como esse truque funciona? ”

Quando descobre como ele funciona, é quase decepcionante.
As pessoas só veem o que elas querem ver. ”

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Fontes: