Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

John Wick: Um Novo Dia para Matar (2017)

Eu indico
John Wick 2 (EUA, 2017)

Após recuperar seu carro, John Wick (Keanu Reeves) acredita que enfim poderá se aposentar. Entretanto, a reaparição de Santino D'Antonio (Riccardo Scarmacio) atrapalha seus planos. Dono de uma promissória em nome de Wick, por ele usada para deixar o posto de assassino profissional da Alta Cúpula, Santino cobra a dívida existente e insiste para que ele mate sua própria irmã, Gianna (Claudia Gerini). Dirigido por Chad Stahelski.

O bicho papão:
Chad Stahelski, com ajuda do roteirista Derek Kolstad, acaba de mostrar que é um gênio de filmes de ação. Já Keanu Reeves tem a sua carreira como ator ressuscitada após um bom tempo. Provavelmente desde a franquia Matrix o ator só fez filmes descartáveis. Com 52 anos, ele mostra que está em plena forma, se encaixando perfeitamente no papel de John Wick, o cara que é o bicho papão do pedaço. Basta mencionar o nome John Wick que todos ao redor reagem com intensidade, mais forte até do que o nome Christian Grey (brincadeiras à parte com Cinquenta Tons de Cinza).
No primeiro filme, John Wick: de Volta ao Jogo (2014), o assassino profissional aposentado volta à ativa para se vingar dos que mataram seu cachorro. A partir daí, ele faz o maior estrago. Apesar de passar quase desapercebido nos cinemas brasileiros, o primeiro filme fez um certo sucesso, contudo essa sequência é infinitamente superior. São duas horas de projeção com ação insana onde ele terá que sobreviver a um bando de assassinos. Pitadas de comédia bem elaboradas dão um ar mais agradável ainda ao filme.
O diretor Chad Stahelski é o mesmo do primeiro filme e também foi dublê de Reeves em outros filmes. Alguns bons cenários foram escolhidos para a ação, como Roma e também um museu em Nova York com um labirinto de espelhos (o New Museum, em Manhattan). Outro ponto forte foi mostrar todo um submundo dos assassinos profissionais.
John Wick 2 é um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos e pode se tornar um clássico. A coreografia das lutas é de qualidade, cenas de ação que misturam tiros e artes marciais. Deve render outras continuações e virar uma grande franquia. Imperdível nos cinemas, por conta também da qualidade sonora. O recomeço importante na carreira de Reeves tem direito até a um reencontro com Laurence Fishburne (que interpretou o Morpheus em Matrix).

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Fontes:

Um homem chamado Ove (Suécia, 2015)

Eu indico
En man som heter Ove (Suécia, 2015)

À primeira vista, Ove é o típico rabugento da terceira idade. Morando em um pequeno condomínio de casas no interior da Suécia, o senhor de quase 60 anos se irrita com todos os atos dos vizinhos, que segundo ele, não fazem nada certo. Sem motivações após a morte da mulher e surpreendido por uma demissão após quatro décadas de dedicação ao trabalho, Ove resolve dar um fim a sua vida, mas a chegada de novos vizinhos acaba mudando isso. Uma história que nos ajuda a relembrar que a gentileza, o amor e a felicidade podem ser encontrados nos lugares mais inesperados. Dirigido por Hannes Holm.

Ove:
Esse ano o Oscar indicou três dramas e duas comédias para concorrer a melhor filme estrangeiro. Entre as comédias, temos este que se tornou o quinto filme mais visto na história do cinema sueco. É tão divertido quanto profundo. Baseado no bestseller de Frederik Backman, que vendeu mais de 700 mil exemplares pelo mundo, ele apresenta Ove, um típico rabugento da terceira idade, que possui várias obsessões a respeito de que as pessoas devem seguir as regras e acaba tendo vários conflitos com seus vizinhos, já que o cenário base do filme é um condomínio, imagine só. Ove segue uma rotina, vista por quem está de fora, como algo insuportável: checa as garagens, anota as placas dos carros estacionados de forma inadequada, prende as bicicletas dos jovens arruaceiros, reclama com os motoristas que dirigem na área proibida do condomínio... enfim. Ao mesmo tempo, ele é um senhor triste, perdeu a esposa e possui tendências suicidas. Até nas cenas fortes, onde o personagem tenta cometer suicídio, existe a leveza que a comédia proporciona, já que várias fatores começam a interromper o seu ato, aborrecendo-o mais ainda.
Ove é interpretado por Rolf Lassgård numa atuação memorável, nos fazendo rir e se emocionar várias vezes. A chegada de novos vizinhos é o que acaba mudando a sua vida. O filme procura mostrar que sentir-se amado é essencial para a sobrevivência, que a convivência com outras pessoas é importante, principalmente quando Ove deixa de ser egoísta e começa a ajudar os seus vizinhos. Afinal, todos têm problemas e a solidariedade é o melhor remédio. Essa proposta fica muito bem no cenário de uma Suécia multirracial, aberta aos imigrantes e novas culturas.

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Fontes:
https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/um-homem-chamado-ove/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Docinho da américa (EUA, 2016)

Eu indico
American Honey (EUA, 2016)

Uma adolescente de espírito livre foge de casa e parte numa viagem ao longo dos Estados Unidos. Para sobreviver, a jovem vende assinaturas de revistas, enquanto curte festas, se apaixona pela primeira vez e também acaba se envolvendo em crimes. Dirigido por Andrea Arnold.

Doçura americana:
Este é um roadmovie onde jovens percorrem juntos as estradas, desde o Oklahoma e atravessando o Meio-Oeste dos EUA, em busca de uma estabilidade. Sasha Lane, agora com 21 anos, atua pela primeira vez neste filme e já como protagonista. Na trama, a jovem exótica, que diz se chamar Star, estava procurando restos de comida em lixões e acaba saindo dessa vida depois de ser convidada pelo personagem de Shia LaBeouf – espécie de caçador de talentos – para embarcar numa viagem com outros jovens a fim de ganhar a vida vendendo assinaturas de revistas. Jovens que largaram os estudos ou não tiveram oportunidades e viram neste negócio a chance de conseguir uma estabilidade mínima.
É claro que essa estabilidade não se sustenta e alguns deles, como os dois personagens principais, interpretados pela Sasha Lane e pelo conhecido Shia LaBeouf, percebem isso depois de um tempo e procuram dar o seu jeito com uma visão de futuro, não seguindo à risca todas as regras às quais são impostos, o que já é um argumento bom para mostrar essa luta contra um sistema capitalista e difícil. Os jovens dessa equipe rejeitam as estruturas capitalistas da sociedade, entretanto estão submetidos a esse sistema e acabam apresentando comportamentos controversos. Eles percorrem subúrbios e bairros ricos para oferecer assinaturas de porta em porta, o que leva a cenas bem interessantes. Eles dormem em hotéis baratos de beira de estrada e até conseguem se divertir em farras noturnas com os outros integrantes de sua tribo. Enfim, formam uma família que praticamente substitui suas famílias verdadeiras que foram deixadas por eles ou os abandonaram.
É um filme longo, quase três horas de duração, mas vale muto a pena pois a história é bem contada e com bons atores, além de apresentar uma fotografia bacana por conta do visual das estradas e arredores. Capturou muito bem essa realidade e a violência e volatilidade presente no dia a dia desses vendedores itinerantes. A cineasta inglesa Andrea Arnold informou numa entrevista: “Foi essencialmente isso o que me atraiu: a ideia de que todos esses jovens vindos de todo lugar tinham vida difícil. Acho que não é tanto que eles vendam assinaturas de revistas – eles se vendem, se bem que eles não pensem nesses termos, acredito.”. Os atores tiveram que viajar mesmo, junto com seus personagens neste percurso, para vários lugares e acabaram criando um elo entre si, fora dos bastidores. Inclusive houve um relacionamento entre os atores principais, Sasha Lane e Shia LaBeoufassim, como houve entre seus personagens. Andrea Arnold nunca revelava o próximo destino da viagem aos atores. Enquanto escreveu o filme, percorreu o país encontrando equipes de vendedores de assinaturas e acabou conhecendo uma jovem que entrou para uma dessas equipes assim que saiu da prisão e foi estuprada três vezes.
No Festival de Cannes 2016, concorreu à Palma de Ouro e venceu os prêmios do Júri e ainda Menção Especial do Júri. American Honey é o nome de uma música da banda Lady Antebellum, que pode ter sido escolhida para representar a personagem principal e toda essa atmosfera dos jovens que possuem uma alma libertina e caem nas estradas da vida em busca de melhores condições.

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Fontes: