Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A General (EUA, 1926)

Eu indico
The General (EUA, 1926)

Johnnie (Buster Keaton) é apaixonado por sua locomotiva, a General, e também pela bela Annabelle Lee (Marion Mack). Quando a Guerra Civil Americana tem início, ele não é aceito como combatente porque seria mais útil como maquinista. Porém, Annabelle, seu irmão e o pai passam a considerá-lo um covarde por não lutar. É quando a General e Annabelle são raptadas por espiões da União, e Johnnie deve correr atrás de ambas, numa aventura movimentada, excitante e divertida através da ferrovia. Dirigido por Clyde Bruckman.

Buster Keaton e a locomotiva:
Não somente existiu Charlie Chaplin como um grande nome da comédia do cinema mudo. Buster Keaton é considerado tão grande quanto. O melhor ainda é que não havia uma rivalidade hostil entre eles. Inclusive, a convite de Chaplin, Buster Keaton participa de uma cena importante no filme “Luzes da Ribalta” (Limelight, 1952), ambos já com idade mais avançada, porém mostrando todo o seu talento.
Neste filme “A General”, realizado em 1926, além da recriação da época da Guerra Civil, figurino, cenários e um pouco de som (pancadas e tiros, por exemplo) mesmo com os diálogos mudos, temos uma bela comédia ao estilo Buster Keaton, um filme perfeito para ele mostrar todo o seu talento. Com várias sequências de ação repletas de criatividade, principalmente as cenas de perseguição na ferrovia, ainda temos o detalhe de que Keaton não utilizava dublês. Ele se arriscava andando em cima do trem em movimento, enquanto mantém o mesmo operando, saindo e voltando para remover os obstáculos nos trilhos, sendo tudo isso repleto de várias atrapalhações, sorte e azar. Criativo e atrapalhado, dá para sentir pena e, ao mesmo tempo, rir muito das desventuras do protagonista para recuperar sua amada. Chama a atenção também o fato de que este ator, considerado “o palhaço que não ri”, praticamente não alterava sua expressão facial, independente da situação. Não vemos um sorriso, vemos uma seriedade diferente que virou a marca registrada de sua atuação, junto com cenas divertidas de humor pastelão. Até a trilha sonora ajuda, com uma música que combina com as cenas movimentadas sobre os trilhos.
Em sua estreia, foi um fracasso de público e crítica, decepcionando bastante Buster Keaton, que considerou este o seu filme favorito. Após algumas décadas, o filme passou a ser admirado e hoje em dia é faz parte de diversas listas de “melhores de todos os tempos”. Podemos encontrar facilmente o mesmo em uma versão Blu-Ray, lançada em 2009, com direito a uma entrevista com o cineasta Orson Welles, que deixa seu recado considerando este filme "a melhor comédia que já foi feita, o melhor filme sobre a Guerra Civil que já foi feito e talvez o melhor filme que já foi feito".

Curiosidades – SPOILER:
A cena da batalha final provocou um pequeno incêndio em uma floresta perto do rio, fazendo com que a equipe parasse de filmar para apagar o fogo.
Existiu a verdadeira locomotiva General que estava em Nashville, mas ela não pôde ser usada nas filmagens.
Na cena em que Johnny e Annabelle enchem o reservatório de água do trem, Marion Mack disse em uma entrevista anos depois que ela não sabia que seria ensopada. Buster Keaton não a contou para que o choque da atriz fosse bem genuíno.

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Fontes:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-108016/curiosidades/

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Poder Paranormal (“Red Lights”, EUA / Espanha, 2012)

Eu indico
Red Lights (EUA / Espanha, 2012)

Dois investigadores de boatos paranormais, a veterana Dra. Margaret Matheson (Sigourney Weaver) e seu jovem assistente, Tom Buckley (Cillian Murphy), buscam provar as origens fraudulentas destes. Simon Silver (Robert De Niro), um lendário vidente cego, reaparece depois de uma ausência enigmática de 30 anos e torna-se o maior desafio internacional tanto para a ciência ortodoxa quanto para os céticos profissionais. Tom começa a ficar intensamente obcecado por Silver, por este manifestar eventos sem explicação. Roteiro e direção de Rodrigo Cortés.

Farsas bem boladas para um filme bem bolado:
Não é fácil ser original com um tema já muito explorado, quanto mais diante de espectadores cada vez mais experientes. Estimular a curiosidade é uma forma de prender a atenção, melhor ainda é surpreender o espectador inteligente, de forma inteligente. O protagonista interpretado por Cillian Murphy nos fala algo já conhecido: “O truque dos ilusionistas é conduzir o olhar do espectador para longe do ponto onde ele está fazendo sua 'mágica'”. Essa fórmula tem sido comum em muitos filmes interessantes, só em 2006 fomos presenteados com “O Ilusionista” e “O Grande Truque”, com direito a atores excelentes (Edward Norton, Hugh Jackman e Christian Bale); em 2013 tivemos o movimentado e bem elaborado “Truque de Mestre”. Neste filme “Poder Paranormal”, Cillian Murphy contracena com o grande Robert De Niro, mas não fica para trás, já que este ator previamente nos mostrou o seu talento em “Batman Begins” como o vilão Espantalho (Dr. Jonathan Crane), sendo o único vilão que aparece nos 3 filmes. Mas a questão aqui é que este filme pode entrar para lista dos que funcionaram bem com uma fórmula já conhecida.
O diretor espanhol Rodrigo Cortés não só acrescenta mais um filme agradável, nesta temática interessante de usar a ciência para forjar eventos e se aproveitar de pessoas inocentes, como introduz elementos de ilusionismo e a reflexão de até onde podemos acreditar em eventos “paranormais” (até porque existem casos reais onde não foram encontradas explicações). Assim, o diretor aproveita a possibilidade e deixa sua marca em relação à boas reviravoltas e estímulo à curiosidade do exigente espectador. O título original, “Luzes Vermelhas”, dá uma ideia daquele detalhe de alerta que serve para chamar a atenção, por isso prestar atenção aos detalhes é importante, por outro lado os detalhes também são usados para distrair a atenção para o lugar errado, aderente assim à frase do personagem.
Tom (Cillian Murphy) e Margaret (Sigourney Weaver) trabalham desmascarando fenômenos paranormais e psíquicos. Margaret tem um envolvimento pessoal com este tipo de trabalho e faz disso sua cruzada pessoal. A partir dessa situação, muitas perguntas vão surgindo durante o filme, inclusive o significado do título "Luzes Vermelhas". As dúvidas serão esclarecidas ou usadas somente para prender o espectador e despistá-lo? Aqueles que se alimentam do suspense e esperam relevações e grandes reviravoltas serão saciados? Aqueles que assistirão sem muitas expectativas serão surpreendidos? Difícil de saber, mas espero que a maioria não pisque os olhos durante o filme.

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Fontes:

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador (EUA, 2013)

Eu indico
Enders Game (EUA, 2013)

Em um futuro próximo, após uma guerra contra extra-terrestres, o respeitado coronel Graff (Harrison Ford) e as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin (Asa Butterfield), um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, torna-se a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena. Dirigido por Gavin Hood.

A arte da guerra:
Entre as grandes produções cinematográficas futuristas e no gênero ficção científica, dos últimos dois anos, este filme pode ser considerado uma das melhores. Em sua grande maioria, os filmes de ficção – bastante priorizados na produção americana – têm sido adaptações de livros cultuados e, também por isso, despertado o interesse dos espectadores. Só em 2013, conferimos o segundo filme da franquia “Jogos Vorazes”, os excelentes "Além da Escuridão - Star Trek" e “Gravidade”, "Oblivion", “Depois da Terra”, “Crículo de Fogo”, “A Hospedeira”, assim como a recente trilogia “Divergente”. Podem não ser as melhores adaptações dos livros, mas no mínimo mostram claramente sua mensagem e sua crítica, ou seja, vão além dos efeitos e das cenas de aventura.
O fato de “Ender's Game - O Jogo do Exterminador” ser ou não uma adaptação fiel ao livro escrito em 1985 por Orson Scott Card é algo que não posso julgar, pois não li (ainda) a obra. Entretanto, algumas características do filme são bem interessantes, como o estilo de aventura diferenciado: crianças controlando drones à distância por um console e todo um cunho estratégico das batalhas. Existe uma explicação embasada para escolherem crianças e todo um treinamento militar futurista para selecionar o time que vai para a frente de batalha. Melhor ainda, são os dilemas morais enfrentados pelo menino Ender Wiggin e a forma como ele lida e se transforma diante disso. A comparação com as guerras já ocorridas no mundo real é inevitável, e o filme deixa uma grande lição e uma forma diferente de pensar.
Na trama - mais uma ideia criativa do que pode ser um futuro próximo - uma raça alienígena chegou à Terra em 2086 e fez com que os governos preparassem uma espécie de academia militar que fica em órbita, para treinar futuros comandantes da Frota Internacional para combater o próximo confronto com os aliens. Acompanhamos o treinamento e as etapas de promoção dos futuros guerreiros, como podemos ver em outros filmes citados aqui. Existe uma aproximação entre os videogames e a realidade que já foi tratada em outros filmes como “Jogos de Guerra” (1983), “O Último Guerreiro das Estrelas” (1984), “Tron” (1982) e “Tron: Legacy (2010)”.
O livro “O Jogo do exterminador” tornou-se leitura sugerida de algumas organizações militares, incluindo a Marinha dos Estados Unidos, uma prática semelhante ao famoso “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, que também contém elementos de estratégia que podemos associar a este filme. Ganhou dois prêmios de melhor romance e teve as seguintes sequências: “Orador dos Mortos”, “Xenocídio”, “Os Filhos da Mente” e “Ender in Exile”, mostrando viagens subsequentes de Ender para muitos mundos diferentes na galáxia. Também foi adaptado em duas séries de quadrinhos.

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Fontes: