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Tolerância (Brasil, 2000) |
Júlio e
Márcia são um casal que se permite viver possíveis atividades
extraconjugais. Ele é seduzido pela amiga de sua filha enquanto
passavam um fim de semana na sua casa de campo. Ao mesmo tempo, sua
esposa, uma advogada sempre fiel, envolve-se com um cliente e
confessa isso a Júlio. Dirigido por Carlos Gerbase.
Surpresa
nacional:
O diretor
gaúcho Carlos Gerbase pertenceu à Casa de Cinema de Porto Alegre, a
empresa que contém nomes como Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo,
entre outros cineastas brasileiros importantes. Em 2011, juntamente
com Luciana Tomasi, criou a produtora Prana Filmes. É também
professor de cinema na PUCRS, escritor e músico, tendo sido membro
da banda Replicantes. Com um roteiro inteligente e criativo, o
diretor nos presenteia com esta ótima produção nacional.
No filme,
o casal de protagonistas é interpretado por Roberto Bontempo e Maitê
Proença, ambos excelentes em suas atuações, sendo que o primeiro
levou o Prêmio Lente de Cristal de Melhor Ator, no Festival do
Cinema Brasileiro de Miami, EUA. Maitê Proença não fica para trás
e, obviamente, está linda.
Existem
três boas características neste filme. Uma delas é a forma como
tratou a temática de relacionamento flexível, onde o casal se
permite, em algum momento, ter outras relações. A regra é não
mentir, mas claro que isso pode gerar consequências na relação e,
neste caso, situações interessantes e surpreendentes. Pitadas de
sensualidade e sedução se misturam a esse aspecto principal do
filme pois, apesar de sua vida normal, em família, o casal tende a
praticar esse “acordo” de alguma forma.
O segundo
ponto que chama a atenção é a vertente do suspense, pois se trata
de uma trama bem elaborada, com reviravoltas e um final bem criativo,
no nível de alguns dos melhores filmes com gênero suspense ou
policial americanos.
E o
terceiro é a abordagem de temas diversos e interessantes, que servem
como uma trama paralela, como a questão agrária que envolve a
advogada e seu cliente, assim como os conflitos vividos pelo casal de
protagonistas: ela, uma advogada que acabou cedendo à realidade e
agindo de forma a convencer o júri e ganhar a causa de qualquer
forma, mesmo tendo sido uma ativista quando jovem; ele, jornalista,
acabou tendo que trabalhar numa revista para homens, vivendo em
contato visual com imagens de corpos nus femininos, sendo que na
década de 70 sonhava em fazer imagens que mudariam o mundo. A
realidade, o nascimento da filha e o mundo mudou tudo.
Júlio
(Roberto Bontempo) confessa para a esposa Márcia (Maitê Proença)
que gostaria de ir para a cama com uma mulher que conheceu. Ele se
comunica com ela pela Internet e o processo de sedução chega a um
ponto intolerável. A esposa, cansada de mentir no tribunal, deseja
ser sincera em casa e confessa que foi para a cama com outro homem,
um cliente dela. Cada um terá que exercitar a sua tolerância,
principalmente quando Júlio começa a ser seduzido pela amiga da
filha. A garota é nova e bonita e ele a deseja muito. A partir disso
a trama vai mostrar as mudanças na vida dos personagens e a
tolerância de cada um será testada.
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Fontes:
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