|
Eu indico |
|
I Am a Fugitive From a Chain Gang (EUA, 1932) |
Desempregado
após o término da Primeira Guerra, James Allen (Paul Muni) torna-se
um vagabundo sem dinheiro. Quando assiste a outro homem cometendo um
furto, é condenado injustamente a dez anos de cadeia, numa prisão
na Geórgia. Lá, é perseguido e castigado cruelmente por guardas
sádicos. Com a ajuda de outro prisioneiro, escapa e parte
determinado em busca do sonho que tem de se tornar um engenheiro.
Dirigido por Mervyn LeRoy.
Fugindo
de uma prisão estilo “gangue da corrente”:
Baseado
na história real de Robert E. Burns, que roubou 5 dólares para
comer e de fato conseguiu escapar do sistema legal da Geórgia com a
ajuda de três governadores de Nova Jersey. Burns chegou a trabalhar
neste filme, em Hollywood, mas voltou para Nova Jersey com receio da
prisão. O livro e o filme conseguem criticar claramente o sistema
presidiário na década de 1930, na Geórgia, onde os presos viviam
acorrentados e forçados a trabalhar numa estrada de ferro. A
expressão “Chain Gang” se traduz como uma prisão onde existem
trabalhos forçados a que são submetidos os presidiários
acorrentados; assim, os prisioneiros são a “gangue da corrente”.
Paul
Muni, que antes atuou em Scarface (1932), interpreta o protagonista
James Allen, que passa de herói da primeira guerra mundial para
desempregado e, por azar do destino, torna-se prisioneiro. Após
conseguir, de forma incrível, escapar da prisão, com o passar do
tempo ele chega a se tornar um cidadão exemplar, trabalhando na
construção civil e sendo reconhecido por suas obras
importantíssimas. Mas isto é só um resumo dos acontecimentos que
terão boas reviravoltas e um final marcante. Para se ter uma ideia
(e sem revelar os fatos para não perder a graça), a última palavra
saída da boca de Allen no filme complementa o episódio geral com
uma crítica severa ao Estado Americano, que com seus sistemas e
leis, junto com certa inflexibilidade e interpretações equivocadas,
chega a favorecer a injustiça, podendo forçar um cidadão exemplar
a se tornar um facínora. Uma temática social interessante e
perigosa de ser tratada na época, principalmente para um filme que
acabou sendo sucesso de público.
Indicado
ao Oscar de melhor filme, ator e edição de som, este ainda procura
encher mais ainda os olhos do espectador, com algumas situações de
fuga bem elaboradas – que podem ter inspirado muitos prisioneiros.
Essa combinação de elementos nos remete a um outro grande filme:
Rebeldia Indomável (“Cool Hand Luke”, EUA, 1967), excelente e
muito inspirador, dirigido por Stuart Rosenberg e estrelado por Paul
Newman. Ambos fazem suas críticas ao mesmo sistema de prisões e ao
Estado Americano, assim como disputam cenas de fuga criativas e
empolgantes, tendo como protagonista um personagem inspirador.
__________________________________
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário