Eu indico |
The Crying Game (Reino Unido / Irlanda / Japão, 1992) |
Este é um filme enigmático e surpreendente em muitos momentos, podendo causar um choque nas pessoas mais sensíveis. Pelo menos quanto a isso o reconhecimento do Oscar foi justo (melhor roteiro original). A fábula do escorpião e da rã, que Jody (soldado inglês sequestrado) conta à Fergus (seu carcereiro) é a metáfora que melhor representa o filme. Jody é interpretado por mais um grande ator, Forest Whitaker, que merecia pelo menos uma indicação, mas também foi injustiçado. O título original "The Crying Game" (algo como "O Jogo das Lágrimas") é o título de uma canção que Dil está cantando quando Fergus a encontra em Londres, canção de 1960 do inglês Dave Berry, regravada por Boy George. A trilha sonora em si é mais um ponto forte, com a produção musical de Anne Dudley e da banda Pet Shop Boys.
O destino, como se estivesse escrito, trilha os caminhos de Fergus, já que ele é o protagonista, ponto central da história. Mas o que entendemos é que a sua natureza o faz dono de seu destino, suas escolhas estão amarradas ao que ele é de fato, algo que ele aprendeu com Jody. Stephen Rea como Fergus surpreende, um membro do IRA, experiente, mas com uma certa sensibilidade. Difícil de ser interpretado com seus comportamentos, a princípio, controversos, aos poucos mostra o que ele é realmente. Sempre voltamos ao que o personagem de Forest Whitaker disse, quando eles se aproximaram no momento mais atípico possível. A partir daí nos deparamos com envolvimentos amorosos, conturbações e interrupções regadas por questões de opção sexual, preconceito e valores pessoais, principalmente através de Fergus que vai se revelando aos poucos, criando uma relação de dependência com Dil que vai nortear o clímax do filme.
Cena do filme que mostra o retrato na carteira de Jody (Forest Whitaker, à direita), junto com Dil (Jaye Davidson) |
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