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Eu indico |
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The Place Beyond the Pines (EUA, 2013) |
Luke
(Ryan Gosling) é um motociclista que pilota dentro de globos
da morte para um circo itinerante. Quando descobre que sua
ex-namorada, Romina (Eva Mendes), teve um filho seu, ele tenta se
reaproximar dela. Sua intenção é mostrar-se um
pai capaz de sustentar o filho e, para isso, Luke decide participar
de uma série de roubos a bancos. Ao realizar sozinho um
assalto, ele é perseguido pela polícia e acaba sendo
confrontado por Avery Cross (Bradley Cooper), um policial que cumpria
sua rotina fazendo a ronda diária. Dirigido por Derek
Cianfrance.
Schenectady, Nova York:
Este
filme tem como ponto forte as reviravoltas, com destaque para a
mudança de foco nos personagens principais, os quais entram e
saem da trama nos deixando sempre sem saber quem será posto em
evidência, contudo, claramente todos eles possuem uma ligação
e a história se mantêm firme em sua proposta. Esta
proposta é simples: reflexos de reencontros entre pessoas que
compartilharam algum momento marcante. Com um clima bem misterioso,
não entendemos sua mensagem principal logo de cara; na
verdade, pela segunda metade do filme as coisas vão sendo
relevadas.
Ryan
Gosling representa um personagem confuso, propenso a violência,
mas não necessariamente perverso. Outros personagens até
enxergam seu lado bom, antes que o espectador caia na armadilha de julgar o mesmo somente pelo lado ruim. Diante de um filho
recém-nascido, ele acaba perdendo o controle, como se fosse um
motoqueiro que comete um erro fatal no globo da morte (profissão
na qual ele atua). Bradley Cooper, então, já é
um personagem com família estabeleciaa, senso de justiça,
mas que passará por uma grande atribulação,
principalmente interna. Não existem somente os dois, outros
personagens tomam seu caminho na vida e percebemos como decisões
repentinas podem mudar tanto o rumo de cada um, quanto o de outras
pessoas que nem imaginavam existir. Muitas vezes, a pressão de
determinada situação nos leva a cometer ações
nas quais a consequência só aparece muito tempo depois.
É sustentando esse mistério - a ser revelado em
momentos oportunos - que o filme agrada, mostrando por exemplo,
através de um dos personagens, o remorso, que atinge seu ponto
insuportável após um certo tempo. Mas também
vemos uma solução através do perdão e das
atitudes escolhidas para os dias vindouros, principalmente a questão
de perdoar a si mesmo.
É
bem interessante como o personagem de Bradley Cooper entra em cena
como se fosse um coadjuvante qualquer, um personagem passageiro, mas
na verdade se torna um dos pontos centrais da trama. Dessa forma,
todo um significado que não se perde com essas mudanças
e reviravoltas culmina de alguma forma para o fechamento da trama. Na
cena da perseguição, onde o mesmo surge, nem vemos o
seu rosto, pois a perspectiva se mantém, um bom tempo, em
primeira pessoa, nos passando melhor a sensação que ele
está tendo. Não somente uma ótima atuação,
mas também o recurso da filmagem ajuda o espectador a ter
sensações mais intensas.
Parece
que Ryan Gosling pilotou de fato a moto, numa das cenas, já
que não foram encontrados dublês que aceitassem fazê-la.
Esta mesma teve que ser rodada mais de 20 vezes, na qual ele passa
entre carros antes que haja uma colisão envolvendo mais de 30
automóveis.
É
um filme contínuo e sem retorno, saltando no tempo quando
precisa e nos mostrando os personagens aos poucos, inclusive a forma
como alguns deles terão um maior conhecimento a respeito de outros. O
título original, “The Places Beyond the Pines” (O lugar
além dos pinheiros), veio do nome da cidade de Schenectady, no
estado de Nova York, onde se passa a história. Na linguagem
dos índios mohawk, Schenectady significa “atrás da
planície dos pinheiros”.
O diretor
Derek Cianfrance e os produtores Lynette Howell, Alex Orlovsky e
Jamie Patricof refazem a parceria com o ator Ryan Gosling, após
o filme “Namorados Para Sempre” (Blue Valentine, 2010), o
primeiro filme postado neste blog:
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Fontes: