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Eu indico |
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The Jazz Singer, EUA, 1927 |
Conta a
história de um conflito de gerações numa família
judia, quando um pai pretende que seu filho, Jakie, cante na sinagoga
e este, por outro lado, se dedica à música considerada
profana, sob o nome artístico de Jack Robin, tornando-se um
cantor de cabaré. Dirigido por Alan Crosland.
Marco
do cinema:
Em 6 de Outubro de 1927 ocorre a
pré-estreia deste marco único do cinema, sendo
considerado então como o primeiro filme falado. A Warner
Brothers acertou em cheio arriscando um filme sonoro. Alguns anos
antes, Thomas Edison e Lee De Forest haviam feito experiências
combinando efeitos sonoros com imagem real.
O Cantor de Jazz contém
cerca de 20 minutos de sequências faladas e cantorias,
sincronizado com um disco de acetato. O restante é uma
combinação de cenas mudas com orquestrações
gravadas, o que era bem comum nos filmes mudos. Após sua
exibição e sucesso, os filmes mudos começaram a
ficar cada vez mais raros, e muitos atores não conseguiram se
adapatar à nova realidade. Para ter uma boa sensação
dessa passagem, podemos conferir o filme “O Artista”, produção
francesa vencedora do Oscar em 2011, cuja genialidade foi justamente
ser um filme mudo que lida com essa questão.
Al Jolson, protagonista do filme
“O Cantor de Jazz”, se tornou então o primeiro ator a
falar e cantar num filme, com sua voz gravada em banda sonora
sincronizada. Ele não somente teve este privilégio,
como mostrou uma boa interpretação. É
interessante e estranha essa mudança no filme, de cenas mudas
para cenas faladas, deixando a reflexão de que a expressão
facial (comumente valorizada nos filmes mudos) é tão
importante quanto a dicção e boa interpretação
com a fala, que prevalece nos filmes sonoros. Al Jolson é bem
expressivo e consegue comover bastante ao nos mostrar a história de
seu personagem. Com a vantagem de ter sido um famoso cantor de jazz
da época, aproveita a chance e também canta no filme. A
história é baseada numa peça de mesmo nome, um
grande sucesso da Broadway em 1925, remontada em 1927, com George
Jessel no papel principal. Foi também um dos primeiros filmes
a ganhar o Oscar, dividindo a premiação especial com “O
Circo”, grande filme de Charlie Chaplin.
Al Jolson está no papel de
Jake Rabinowitz, um rapaz de família judia que sai de casa
para se tornar um cantor de jazz. Isto estremece as relações
com a família, em especial com o seu pai, que esperava ver o
filho seguindo seus passos e cantando na sinagoga, mantendo assim a
tradição familiar judaica. Não bastasse ser o
primeiro filme falado, este se mostra como um grande drama,
comovente, sensível e com um final emocionante. Quebrando mais
uma vez um tabu, o personagem chega a pintar o rosto de preto, já
que o jazz, apesar de ser uma mistura de várias tradições
religiosas, era em particular um estilo próprio dos
afro-americanos. Não deixemos de lembrar que muitos filmes
antigos não tinham negros como atores e, para representar
personagens que eram negros, era bem comum pintar o rosto dos atores
dessa mesma forma.
E ficamos então com a
famosa primeira fala do cinema sonoro: “You Ain't Heard Nothing
Yet, Folks...”.
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Fontes:
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