Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

domingo, 15 de março de 2015

O Cantor de Jazz (The Jazz Singer, 1927)

Eu indico
The Jazz Singer, EUA, 1927

Conta a história de um conflito de gerações numa família judia, quando um pai pretende que seu filho, Jakie, cante na sinagoga e este, por outro lado, se dedica à música considerada profana, sob o nome artístico de Jack Robin, tornando-se um cantor de cabaré. Dirigido por Alan Crosland.

Marco do cinema:
Em 6 de Outubro de 1927 ocorre a pré-estreia deste marco único do cinema, sendo considerado então como o primeiro filme falado. A Warner Brothers acertou em cheio arriscando um filme sonoro. Alguns anos antes, Thomas Edison e Lee De Forest haviam feito experiências combinando efeitos sonoros com imagem real.
O Cantor de Jazz contém cerca de 20 minutos de sequências faladas e cantorias, sincronizado com um disco de acetato. O restante é uma combinação de cenas mudas com orquestrações gravadas, o que era bem comum nos filmes mudos. Após sua exibição e sucesso, os filmes mudos começaram a ficar cada vez mais raros, e muitos atores não conseguiram se adapatar à nova realidade. Para ter uma boa sensação dessa passagem, podemos conferir o filme “O Artista”, produção francesa vencedora do Oscar em 2011, cuja genialidade foi justamente ser um filme mudo que lida com essa questão.
Al Jolson, protagonista do filme “O Cantor de Jazz”, se tornou então o primeiro ator a falar e cantar num filme, com sua voz gravada em banda sonora sincronizada. Ele não somente teve este privilégio, como mostrou uma boa interpretação. É interessante e estranha essa mudança no filme, de cenas mudas para cenas faladas, deixando a reflexão de que a expressão facial (comumente valorizada nos filmes mudos) é tão importante quanto a dicção e boa interpretação com a fala, que prevalece nos filmes sonoros. Al Jolson é bem expressivo e consegue comover bastante ao nos mostrar a história de seu personagem. Com a vantagem de ter sido um famoso cantor de jazz da época, aproveita a chance e também canta no filme. A história é baseada numa peça de mesmo nome, um grande sucesso da Broadway em 1925, remontada em 1927, com George Jessel no papel principal. Foi também um dos primeiros filmes a ganhar o Oscar, dividindo a premiação especial com “O Circo”, grande filme de Charlie Chaplin.
Al Jolson está no papel de Jake Rabinowitz, um rapaz de família judia que sai de casa para se tornar um cantor de jazz. Isto estremece as relações com a família, em especial com o seu pai, que esperava ver o filho seguindo seus passos e cantando na sinagoga, mantendo assim a tradição familiar judaica. Não bastasse ser o primeiro filme falado, este se mostra como um grande drama, comovente, sensível e com um final emocionante. Quebrando mais uma vez um tabu, o personagem chega a pintar o rosto de preto, já que o jazz, apesar de ser uma mistura de várias tradições religiosas, era em particular um estilo próprio dos afro-americanos. Não deixemos de lembrar que muitos filmes antigos não tinham negros como atores e, para representar personagens que eram negros, era bem comum pintar o rosto dos atores dessa mesma forma.
E ficamos então com a famosa primeira fala do cinema sonoro: “You Ain't Heard Nothing Yet, Folks...”.

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Fontes:

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