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A Greve (Rússia, 1925) |
Em 1912,
durante o governo do Czar, a greve dos operários de uma fábrica é
brutalmente reprimida pela polícia. Dirigido por Sergei M.
Eisenstein.
A
revolução no cinema russo - SPOILER:
Muitas
produções cinematográficas soviéticas foram usadas como
propagandas políticas, denunciado o governo anterior à Revolução
de 1917, quando se criou a União Soviética. O próprio Estado tinha
interesse em distribuir os filmes, que
mostravam prioritariamente
a
força do proletariado russo contra o regime vigente.
Podemos
conferir isso
em
filmes de Sergei M. Eisenstein, como este “A Greve”, um de seus
primeiros trabalhos como diretor. Outro exemplo, um de seus mais
importantes trabalhos, é “O Encouraçado Potemkin”, um grande
filme de 1925.
Em
“A Greve” (“Strike”,
na tradução americana),
um operário de uma fábrica russa comete
suicídio,
após ser injustamente acusado de roubo, e isso se
torna a motivação inicial para uma greve. Uma
pessoa grita, numa cena, “Stop work!”, e tudo começa. Dividido
em 6 partes, o filme apresenta o seu primeiro capítulo como “TUDO
ESTÁ CALMO
NA FÁBRICA”. De fato, o começo da greve é motivante para os
empregados, as reivindicações são discutidas, colocadas numa pauta
escrita e encaminhadas para negociação. Logo vemos que elas são
negadas com desdém, numa boa
cena onde um dos donos da fábrica usa o papel -
com
as reivindicações -
para
limpar o sapato. Assim, a greve vai se intensificando e a polícia é
chamada para conter a classe de trabalhadores. Mas o que acontece é
um ataque às pessoas, a
ponto de parecer um
cenário de
guerra.
A
proposta mostra
um processo revolucionário, ascensão da classe trabalhadora sobre o
capitalismo. Mas
a revolução também ocorre na
parte
técnica
do
filme, numa montagem
e direção que
conduziu muitos
figurantes, muito movimento nas cenas, e
não
dá para saber como se conseguiu isso com os poucos recursos da
época. O
som de tambores e acordeon acompanha e caracteriza este.
Metáforas
mostram
como as pessoas são tratadas como animais (cenas
que se alternam entre o abate de um boi e as pessoas sendo
massacradas por policiais em cavalos) e a postura dos empresários
(membros do czarismo), bebendo uísque, comendo, fumando charutos e
se divertindo no meio daquilo tudo, em seu canto protegido e
esbanjando riqueza. Numa cena, um deles mostra uma máquina de
espremer fruta para fazer suco, logo muda
para outra que
mostra trabalhadores sendo maltratados por policiais. Demandas
minimamente necessárias foram exigidas, como uma redução para
jornada de 8 horas por dia, sendo 6 para menores de idade. A
violência chega a tal ponto que, em outra cena, uma criança pequena
é jogada do terceiro andar de uma moradia.
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Foto famosa do diretor Sergei M. Eisenstein |
Na própria abertura do filme, uma frase de Lenin já
resume a ideia:
“A
força da classe operária é a sua organização. Sem organização
de massa o proletariado é nada. Com organização, é tudo.”
Outra frase de Lenin é usada no início do grande filme
“O Encouraçado Potemkin”:
“Estar
organizado significa unidade de ação, a unidade da atividade
prática.
A Revolução é Guerra. É a única das Guerras que
consideramos legítima e justa.
Realmente a maior dentre as guerras que a História
conheceu.
Na Rússia ela foi começada e declarada.”
(Lenin, 1905)
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Fontes: