|
Eu indico |
|
The African Queen (Reino Unido / EUA, 1951) |
Em
1914, no início da Primeira Guerra Mundial na África, o aventureiro
Canadense Charlie Allnut (Humphrey Bogart), dono de um pequeno barco
chamado Rainha Africana,
é convencido pela inglesa Rose Sayer (Katharine
Hepburn)
a descer com seu barco o Rio Congo cheio de corredeiras e outros
perigos. E o pior ainda, destruírem um navio Alemão situado em um
ponto estratégico do antigo Congo Belga. Dirigido por John Huston.
A
rainha africana:
Como
costume, os condutores de barco dão nomes à sua embarcação.
African Queen é um velho e precário barco a motor e seu dono, um
simples homem sem muitas ambições na vida. Interpretado por
Humphrey Bogart, ator que encarou vários personagens de
filmes noir
e papéis de gangster, mas
que
aqui
mostrou a sua melhor interpretação, vencendo o Oscar de melhor
ator. Curioso o seu admirável desempenho neste papel de um homem
mais simplório, já que o ator se acostumou a papéis de homem mais
intimidador, de valores questionáveis, dominador, traíra,
amargo
e cínico, como podemos conferir em Casablanca
(1942), O Tesouro da África (Beat the Devil, 1953) e o noir À Beira
do Abismo (The Big Sleep, 1946). Enfim, em um papel de um homem bom,
amargurado, humilde e carismático, ele se revelou.
Seu
personagem, apesar das características supracitadas, mostra uma
maturidade resultante de uma
boa
experiência
de vida. Inicialmente
deprimido
e solitário, recorrendo
a
bebida, acaba
sendo transformado em um novo homem, graças ao poder da presença
feminina representada por Katharine Hepburn. A mulher dignifica o
homem. Através dela ele ganha coragem para enfrentar os perigos no
meio de uma selva, no meio de uma guerra. Na verdade, ambos acabam
beneficiados por esta convivência.
Essa
parceria
com Katharine Hepburn foi
muito acertada. Acaba que,
os três (homem, mulher e barco) vivem de fato uma bela aventura na
África, focada
na relação entre o casal,
que entram
em conflito inicialmente, pela diferença de classes e de pensamento,
mas que vão acabar se conquistando e aprendendo alguns valores um
com o outro, como coragem e companheirismo. Aproveitando a fórmula,
o filme acaba sendo também uma história de amor, com seus momentos
de comédia e aventura que, na direção de John Huston e
interpretação de nossos protagonistas, não tem como ser ruim.
Personagens
que vão conquistando pela empatia, de
forma única já que Bogart e Hepburn são ícones
de
glamour e grandeza
do cinema que,
aqui, são
dois desajustados e
aventureiros que vão passar por
situações difíceis
e até cômicas.
Rodado no antigo Congo Belga, hoje República
Democrática do Congo, e no Lago Alberta em Uganda, os atores
sofreram com as condições da natureza. Katharine Hepburn chegou e
escrever um livro sobre os perigos, doenças e situações difíceis
que a equipe como um todo enfrentou. Mesmo assim, valeu o resultado
pela fotografia bela dessa paisagem natural da selva africana,
fotografia de Jack Cardiff. O roteiro foi adaptado pelo próprio
diretor John Huston, junto com James Agee (escritor americano), a
partir do livro homônimo de C. S. Forester.
__________________________________
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário