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Eu indico |
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Viagem alucinante (França, 2009) |
Óscar
é um traficante de drogas
em Tóquio
e sua irmão, Linda, trabalha numa boate como striper. Uma noite,
Óscar é apanhado numa batida policial e acaba sendo baleado. À
medida que morre, o seu espírito, fiel à promessa que fez à sua
irmã enquanto criança - que nunca a iria deixar - recusa-se a
deixar o mundo dos vivos e passa pelos vários estágios da morte,
conforme descritos no "Livro Tibetano da Morte". Dirigido
por Gaspar Noé.
A
morte segundo Gaspar Noé:
Definitivamente, este não é um filme fácil. Para
muitos, difícil de assistir; para outros, difícil de gostar. Tendo
como referência Irreversível (2002), que já causou bastante
polêmica, Gaspar Noé parece, acredito que intencionalmente, causar
reações diversas nos espectadores que encaram seus filmes... ou
tentam. Ele dirigiu poucos filmes, até então somente quatro, mas
cada um deles causou fortes reações e a maioria recebeu indicações
importantes em premiações internacionais. Gostei bastante do
último, Love (2015), que também postei neste blog:
https://eueatelona.blogspot.com.br/2015/10/love-franca-2015.html
Assim como em “Irreversível”, este filme “Enter
the void” possui uma fotografia, digamos, louca (original). Partir
da estratégia de câmera em primeira pessoa não seria novidade
alguma. A questão é que o personagem principal vai para o além
logo no início do filme e aí o jogo de câmera fica bem original.
Nos sentimos como uma alma penada em agonia, pois estamos do ponto de
vista de uma pessoa que acaba de morrer. Sobre a morte, de acordo com
o "Livro Tibetano da Morte", a explicação nos é dada
logo no início do filme e essa teoria vai sendo mostrada na prática,
só que de forma bem lenta. Muitas cenas parecem a transfiguração
de uma mente alucinada, sob efeitos de drogas, ou como em um sonho.
As imagens e o som são perfeitos para a proposta.
O título em português ficou Viagem Alucinante. De
fato, é uma grande viagem metafisica que explora a vida após a
morte, de uma forma bem depressiva, chegando a ser agonizante, mas de
acordo com o livro tibetano. A alma de Óscar paira sobre aqueles que
lhe são próximos e estão vivos, em alguns momentos ele passa por
uma retrospectiva com o seu passado. A câmera é conduzida em planos
vistos de cima para baixo. Parece que esse ambiente pós morte casa
direitinho com a realidade de uma Tóquio bem decadente. Apesar de
não ser um filme leve e para qualquer ocasião, a conclusão da
trama não chega a ser triste, dependendo da apreciação do
espectador. Enfim, recomendo encarar esse filme que possui longa
duração, mas também é extremamente interessante.
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Fontes:
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