Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os Vivos e os Mortos

Eu indico
The Dead (EUA / Reino Unido / Irlanda, 1987)

É 6 de janeiro de 1904 e Dublin celebra o Dia dos Reis em meio à neve. Na casa das irmãs Morgan, Julia (Cathleen Delany) e Kate (Helena Carroll), é oferecida uma ceia a amigos e parentes, incluindo a realização de um sarau musical e poético. Já perto do final da celebração, quando boa parte dos convidados já tinham saído, o barítono Bartell D'Arcy (Frank Patterson) começa a cantar uma música triste, que faz com que Gretta Conroy (Anjelica Huston) se lembre de uma antiga paixão que já faleceu. Surpreso com a mudança de comportamento de sua esposa, Gabriel (Donal McCann) interessa-se pela história. Dirigido por John Huston.

A morte para os vivos:
Este foi o último trabalho de John Huston, que dirigiu o filme já doente e em uma cadeira de rodas. Faleceu pouco depois da estreia do filme. Com apenas 83 minutos de duração, o resultado é uma bela reflexão, com um certo impacto emocional, mesmo que isso só fique explícito para o espectador nos últimos momentos do filme, quando uma bela narração é feita por um dos personagens, e que resume bem toda a proposta. É baseado em um conto do livro “Os Dublinenses”, do consagrado escritor inglês James Joyce, especialista em narrar histórias com base em sua própria vida familiar e experiências em Dublin, amizades e inimizades de sua vida.
O filme se passa em uma noite, em Dublin, no ano de 1904, numa ceia de família, onde os personagens compartilham memórias, poesias, canções, decepções, pequenas discussões políticas, pequenos atritos, etc. Durante o filme, a câmera passeia com classe pelo ambiente, focando muitos detalhes de objetos e da estrutura da casa.
A cena quando o casal Conroy está de saída, com Gretta ainda acima da escada (imagem acima), admirando uma cantoria, deixou uma marca na história do cinema; a imagem em si, com a expressão na face de Anjelica Huston - e parte do corpo de Frank Patterson embaixo, virado para ela - junto com o som da cantoria, expressam um instante de devoção à vida e à arte. Ao final, quando o casal chega no hotel onde estão hospedados, será explicada a reação da mulher à música. E é daí que o personagem de Conroy faz uma reflexão que compartilha com o espectador.
Assim como o título original, The Dead (“A Morte”), o cenário apresentado serve de pano de fundo para uma análise pertinente dessa fatídica condição humana, considerada por uns como o fim, por outros como uma passagem. Independente de qualquer vertente, para os vivos que ficam, sobra a saudade e a reflexão do sentido de sua existência; cada encontro familiar (ou com amigos), é único por si só, pois algumas pessoas podem não estar no próximo.

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Fontes:

http://50anosdefilmes.com.br/2008/os-vivos-e-os-mortos-the-dead/

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