Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

A Greve (Stachka, Rússia, 1925)

Eu indico
A Greve (Rússia, 1925)

Em 1912, durante o governo do Czar, a greve dos operários de uma fábrica é brutalmente reprimida pela polícia. Dirigido por Sergei M. Eisenstein.

A revolução no cinema russo - SPOILER:
Muitas produções cinematográficas soviéticas foram usadas como propagandas políticas, denunciado o governo anterior à Revolução de 1917, quando se criou a União Soviética. O próprio Estado tinha interesse em distribuir os filmes, que mostravam prioritariamente a força do proletariado russo contra o regime vigente. Podemos conferir isso em filmes de Sergei M. Eisenstein, como este “A Greve”, um de seus primeiros trabalhos como diretor. Outro exemplo, um de seus mais importantes trabalhos, é “O Encouraçado Potemkin”, um grande filme de 1925.
Em “A Greve” (“Strike”, na tradução americana), um operário de uma fábrica russa comete suicídio, após ser injustamente acusado de roubo, e isso se torna a motivação inicial para uma greve. Uma pessoa grita, numa cena, “Stop work!”, e tudo começa. Dividido em 6 partes, o filme apresenta o seu primeiro capítulo como “TUDO ESTÁ CALMO NA FÁBRICA”. De fato, o começo da greve é motivante para os empregados, as reivindicações são discutidas, colocadas numa pauta escrita e encaminhadas para negociação. Logo vemos que elas são negadas com desdém, numa boa cena onde um dos donos da fábrica usa o papel - com as reivindicações - para limpar o sapato. Assim, a greve vai se intensificando e a polícia é chamada para conter a classe de trabalhadores. Mas o que acontece é um ataque às pessoas, a ponto de parecer um cenário de guerra.
A proposta mostra um processo revolucionário, ascensão da classe trabalhadora sobre o capitalismo. Mas a revolução também ocorre na parte técnica do filme, numa montagem e direção que conduziu muitos figurantes, muito movimento nas cenas, e não dá para saber como se conseguiu isso com os poucos recursos da época. O som de tambores e acordeon acompanha e caracteriza este.
Metáforas mostram como as pessoas são tratadas como animais (cenas que se alternam entre o abate de um boi e as pessoas sendo massacradas por policiais em cavalos) e a postura dos empresários (membros do czarismo), bebendo uísque, comendo, fumando charutos e se divertindo no meio daquilo tudo, em seu canto protegido e esbanjando riqueza. Numa cena, um deles mostra uma máquina de espremer fruta para fazer suco, logo muda para outra que mostra trabalhadores sendo maltratados por policiais. Demandas minimamente necessárias foram exigidas, como uma redução para jornada de 8 horas por dia, sendo 6 para menores de idade. A violência chega a tal ponto que, em outra cena, uma criança pequena é jogada do terceiro andar de uma moradia.

Foto famosa do diretor Sergei M. Eisenstein

Na própria abertura do filme, uma frase de Lenin já resume a ideia:

A força da classe operária é a sua organização. Sem organização de massa o proletariado é nada. Com organização, é tudo.”

Outra frase de Lenin é usada no início do grande filme “O Encouraçado Potemkin”:

Estar organizado significa unidade de ação, a unidade da atividade prática.
A Revolução é Guerra. É a única das Guerras que consideramos legítima e justa.
Realmente a maior dentre as guerras que a História conheceu.
Na Rússia ela foi começada e declarada.”
(Lenin, 1905)

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Fontes:

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