Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Um dia, um gato (Checoslováquia, 1963)

Eu indico
Az prijde kocour (Checoslováquia, 1963)

Um contador de histórias, morador de um pacato vilarejo na Tchecoslováquia, conta aos alunos de uma escola a vida do professor Robert (Vlastimil Brodský), a história de um antigo amor e seu gato de óculos escuros. Ao tirar os óculos, o gato colore as pessoas de acordo com seus sentimentos e personalidades. O caráter humano pelo ponto de vista de um gato, que apenas enxerga os humanos pelo que realmente são. Dirigido por Vojtech Jasny.

Um gato mágico usando óculos escuros - SPOILER:
Um vilarejo, um morador que é o narrador nos contando sobre os habitantes e um gato mágico que revela a personalidade das pessoas com o seu olhar. Quando o simpático professor Robert revela a seus alunos a história do gato mágico, algo demasiadamente similar começa a acontecer no mesmo plano, quando uma comitiva circense chega ao vilarejo e ela é comandada por um mágico, uma linda garota e seu gato... que possui um óculos escuros. Já sabemos que o gato pode revelar o caráter das pessoas, mudando-as de cor: mentirosos, ladrões e falsos, uma cor representa cada um destes. Mas também, para equilibrar, temos o vermelho, que indica os apaixonados. A belíssima atriz Emilia Vasaryova usa um vestido vermelho forte para combinar com a cor da paixão. Assim temos uma clara crítica social, às aparências e ao verdadeiro caráter das pessoas que não o revelam publicamente. Uma análise da alma humana que caracteriza muitos filmes da mesma década. Este filme então ficou sendo a grande marca para o cinema da República Tcheca, nos anos 60.
Imagine que o circo chega ao vilarejo e todo ele está assistindo ao espetáculo, um divertido e excêntrico show de mágica, que para algumas pessoas representa revelações, elas já irritadas com uma ou outra brincadeira que o mágico fez, relevando algum segredo sujo delas. No meio do espetáculo, o óculos escuros do gato mágico é retirado. A cena em si, do show de mágica, é fantástica, marcando o ponto mais alto do filme. Um show bem criativo. Mas o incrível mesmo é o que acontece quando as pessoas mudam de cor. O desespero se apossa de muitos, que entram numa dança frenética acompanhada do som de uma orquestra (que foi contratada para a trilha do filme). A música e a dança incrementam as cenas. Na confusão, o gato some, para a felicidade de muitas pessoas. As crianças, que são o futuro do amanhã, saem atrás do gato que sumiu no meio da confusão. Enquanto alguns adultos buscam matá-lo, por motivos óbvios.
Parecendo uma fábula, com humor, crítica social e poesia, este filme venceu o Festival de Cannes em 1963 (Prêmio Especial do Júri) e foi indicado à Palma de Ouro. Deixo aqui a frase de um personagem que resume bem a proposta: “Há algo mais belo que uma sincera autocrítica?”

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Fontes:

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