Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

3 Idiotas (Índia, 2010)

Eu indico
Três Idiotas (Índia, 2010)

Dois amigos, Farhan e Raju, embarcam em uma jornada em busca de seu amigo desaparecido, Rancho. Em meio a viagem eles perpassam por uma trajetória através do tempo e da história do amigo que possui um jeito único e que os inspirou a viver sem preocupações e com muita criatividade. Dirigido por Rajkumar Hirani.

Idiotas?
A Índia possui excelentes produções e é o país que mais produz filmes no mundo. O termo Bollywood surgiu da mistura de Bombaim com Hollywood. Atualmente chamada de Mumbai, a cidade de Bombaim é o centro da indústria cinematográfica indiana. Infelizmente, temos pouco acesso a essas produções pelos meios legais (cinema, locadora, TV). Três Idiotas é um filme cubano excelente, engraçado, criativo, emotivo e crítico; provavelmente os brasileiros terão que recorrer a downloads na Internet para encontrá-lo. Existem outras produções estrangeiras, filmes europeus, asiáticos, que acabam não passando por aqui e diminuindo assim nosso conhecimento relacionado ao mundo cinematográfico lá fora.
Este filme é uma das maiores, senão a maior, bilheteria da Índia dos últimos tempos. Nos EUA foi o filme indiano mais rentável e chegou a passar pelo Festival de Cannes (na França) e ganhou muitos prêmios, principalmente na própria Índia. Infelizmente essa visibilidade não foi suficiente para que este chegasse ao nosso país. Outra produção pouco acessível que tive o prazer de ver foi Pather Panchali (1955, de Satyajit Ray) e também, mas neste caso quase todo mundo viu, o premiado “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008, de Danny Boyle) que, devido ao Oscar, foi amplamente distribuído para vários países.
A cultura da vida acadêmica, o anseio dos jovens que precisam saber o que vão ser quando crescer, a expertise profissional e o talento, a dedicação e crença em si mesmo, são abordados no filme com bom humor, momentos dramáticos (e até fortes, tratando questões como dramas familiares e suicídio, por exemplo) e boas doses de musical. É isso mesmo! O filme tem alguns momentos, com música e dança, que por sinal ficaram bem legais, como um show a parte, inclusive as coreografias e cenários coloridos.
É um filme longo, talvez por ter uma história bem explicada sobre amizade e uma mescla de estilos. Mostra como existem verdadeiras referências para o aprendizado acadêmico, profissional e da vida, que não necessariamente são o professor ou a instituição de ensino. Aborda também um certo romance para agradar os apaixonados e, claro, muito da cultura indiana. A comédia prevalece como gênero, mas o resultado é muito mais do que uma comédia somente para dar risada. Em um momento estamos rindo de uma cena, no seguinte estamos refletindo sobre outra, ou tristes pela situação que alguns personagens precisam enfrentar.
Rancho (Aamir Khan) é um personagem único e encantador. O ator foi excelente na interpretação, até porque teve que se desdobrar com cenas engraçadas, dramáticas e musicais. Seu personagem é daqueles que questiona o comportamento padrão e surpreende a todos, mostrando o valor do interesse em buscar o aprendizado, acima de um diploma, carreira ou reconhecimento dos outros. Dessa forma, inspira colegas e incomoda muitos outros, levando a situações divertidas. A instituição de ensino é fortemente criticada, na qual há resistência à mudança, pouco espaço para questionamentos e criatividade, coisas que o personagem está sempre buscando. A ligação das questões que a Índia enfrenta com o suicídio é ponto chave de uma das cenas, neste país onde muitas mulheres, por exemplo, cometeram suicídio por conta do casamento, levando entre outras questões o país a buscar estudos para possibilitar a liberação do direito ao suicídio. No filme a educação rigidamente sem sentido é o estopim. Uma outra crítica bem colocada é em relação às condições de saúde, quando um personagem comenta que se trata de um país estranho já que um pedido de pizza leva meia hora para chegar, enquanto que uma ambulância leva muito mais tempo.
Voltando ao protagonista, Rancho, ele também se mostra sensível e muito companheiro dos amigos, o que justifica a vontade deles de encontrá-lo, que é a trama principal do filme e deixa uma atmosfera de mistério (o que terá acontecido com Rancho?) e incrementa mais um estilo ao filme, o de Road Movie. Enfim, quem são os idiotas? Serão mesmo os 3 que vivem uma grande amizade e estão contra esse grande e verdadeiro idiota sistema e os colegas que nunca os entenderam?
O espectador, além de presenciar de forma divertida os questionamentos sobre os métodos de ensino, também vai receber uma grande aula de engenharia na prática, quando os três amigos, nada idiotas, aplicam os conceitos da engenharia de forma colaborativa para enfrentar situações extremas!

Quem arrisca tem a vida mais interessante” 
(personagem Rancho)

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Fontes:

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