|
Eu indico |
|
Tarde Demais (EUA, 2010) |
A jornada de um casal que tenta desesperadamente encontrar alguma explicação, depois de
descobrir que seu único filho cometeu um assassinato em massa dentro de sua
universidade e depois se suicidou. O filme mostra como eles lidam com a
realidade de ter o único filho morto e visto por todos como um assassino cruel.
Desenvolvendo a história:
Bill e Kate formam um casal que vive um relacionamento convencional.
Nas cenas iniciais com o casal percebe-se um relacionamento que caiu numa
rotina não muito agradável, ele janta sozinho ao mesmo tempo em que ela
trabalha em casa, revisando um roteiro literário. O diálogo entre o casal é
comum e logo chegam a uma discussão. O casal parece nem dormir na mesma cama. Após
a notícia, o filme passa a mostrar o processo de luto do casal, que passam a
ser as grandes vítimas, já que só eles choram pelo assassino e sofrem as conseqüências:
assédio da mídia, problemas com colegas de trabalho, afastamento de parentes,
julgamento da sociedade.
Foco no casal:
O foco do filme é o casal, o outro lado da notícia. Tanto que tudo que sabemos é exatamente o que o casal sabe, nem ao certo explica-se o que levou o filho a cometer os assassinatos, pois o casal evita assistir às notícias e à gravação feita pelo filho. É genial a idéia no filme de não buscar explicar a situação e sim mostrar o lado humano vivido pelos dois. E como, no final das contas, eles só têm um ao outro, isso torna o relacionamento mais unido. Interessante também foi mostrar as poucas pessoas que acabam despertando sentimento de afeto ou pena pelo casal, como o irmão da Katie e o senhor que trabalha no Hotel onde o casal passa um tempo refugiado (o mesmo que antes de conhecer Bill de perto, estava criticando o filho dele e o próprio casal). O filme começa e termina com a narração de uma poesia feita pelo garoto, que pode ser associada ao sentimento de perda do casal.
Sobre a atuação (fiquem de olho nele: Michael Sheen):
Maria Bello e Michael Sheen fazem
um papel sensacional, deixando o filme mais realista, até porque muitas cenas mostram
o rosto do casal (tem uma na qual eles estão no banco traseiro de um carro, e a
câmera mostra através do retrovisor interno o casal lado a lado e, depois, as
mãos se unindo). Mas a minha atenção maior foi para o Michael Sheen, que pode
até não receber alguma indicação, mas merece uma oportunidade de protagonizar
um novo papel dramático, pois esse cara promete.
__________________________________
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário