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Prometheus (EUA, 2012) |
Uma equipe de exploradores
descobre novos indícios sobre as origens da humanidade na Terra, levando-os a
uma aventura impressionante pelas partes mais sombrias do universo. A bordo da
nave estelar Prometheus, eles seguem para um planeta distante, onde existe uma civilização
avançada.
Ficção científica:
Ridley Scott dirigiu o seu último filme de ficção em 1982, o clássico “Blade
Runner”, mas antes disso ele já era conhecido pelo filme “Alien - O Oitavo
Passageiro” (1979). A intenção do diretor era que o filme Prometheus tivesse
elementos de Alien, como o fato de se tratar do mesmo universo, revelando as
origens da criatura ao mesmo tempo em que explora a sua mitologia.
Particularmente não sou fã da franquia Alien, embora tenha me agradado bastante
o segundo filme (“Aliens, O Resgate”, dirigido por James Cameron em 1986), com
boas cenas de ação. Mas este filme Prometheus mostra a habilidade de produção e
direção de Scott, e o resultado é um verdadeiro filme de ficção científica: futurista,
com diálogos e cenas densas e interessantes, doses de suspense e terror, além
de um visual de tirar o fôlego (foi inteiramente rodado com câmeras 3D e não
economizou nos efeitos visuais), bem no estilo que questiona a existência e
explora a necessidade de sobrevivência.
A procura por respostas sobre a criação da humanidade permeia boa parte
do filme, embora o mesmo não tarde a revelar algumas respostas, ao mesmo tempo
em que nos deixa com alguns questionamentos importantes (pois novas perguntas
surgem); afinal, se tivermos todas as respostas sobre a criação do universo e
da humanidade, não haveria mais necessidade de debates interessantes e discussões
filosóficas, tão necessárias para a existência de alguns. No filme, as idéias são
apresentadas à medida que vamos conhecendo personagens com diferentes opiniões
(cientistas que acreditam que fomos criados por seres mais evoluídos, pessoas
que acreditam em Deus como criador do universo e até aqueles que só querem
fazer o seu trabalho sem necessidade de revelação alguma). Os diálogos,
principalmente aqueles onde o andróide (Michael Fassbender) se envolve, são bem
interessantes. Fassbender está fascinante interpretando o andróide David de uma
forma que chega a ser estranha, meticuloso e sem sentimentos, artificial, a
ponto de incomodar o espectador, quando decisões importantes são tomadas por
uma máquina sem medo e sem consideração pela vida humana (a tipologia deste
deve ser a mesma do Andróide do segundo filme de Alien). A protagonista Elizabeth
Shaw também ficou bem interpretada pela Noomi Rapace, que me surpreendeu bastante.
Um choque para quem conhece essa atriz pelo papel na trilogia Millenium, versão
Sueca, onde ela interpretou uma exótica personagem.
O roteiro não só se aproveita desta grande questão (busca de nossas
origens), como também trás novamente à tona os mistérios que rondam o
surgimento da criatura da série Alien. É importante saber que o filme é muito
mais do que um prelúdio para este último, tendo assim uma trama quase que independente.
O filme é o show de imagens, sons e efeitos. Os cenários são realistas e
detalhados, o clima de Alien aparece com força em alguns deles, e temos a
sensação de nostalgia que alguns filmes conseguem passar. Para quem for ao
cinema, vai ter a sensação de que está chovendo forte do lado de fora da sala,
durante uma cena do filme onde milhares de gotas de água estão caindo sobre os
personagens. A trilha sonora de Marc Streitenfeld contribui bastante, inclusive
usando alguns trechos das composições de Jerry Goldsmith feita para o “Alien”
original.
Como se passa no ano de 2093, não perde a chance de introduzir
alguns aparatos tecnológicos, como as esferas flutuantes que percorrem os
lugares e mapeiam a região, assim como uma máquina para fazer cirurgias
complexas sem necessidade de intervenção humana.
Prelúdio de Alien? - SPOILER
O interessante é que Prometheus desde o início procura se distanciar de
Alien e mesmo assim reutiliza muitos elementos que deram certo no clássico de
1979 e constrói aos poucos uma nova atmosfera de tensão. Só que a última cena
deixa bem claro que o mesmo é um prelúdio de Alien (por sinal uma cena bem
legal). No início, após um belo panorama por montanhas e cachoeiras, vemos um alienígena
humanóide, de corpo perfeito. Sob a sombra de uma nave, ele bebe um líquido escuro
que faz com que ele se desintegre. O seu corpo cai em uma cachoeira, e o seu
DNA desencadeia uma reação que origina vida. Depois que os cientistas comprovam
que os seres humanos foram criados pela mesma espécie desta criatura, imaginamos
que o planeta da cena inicial era a Terra. Daí as reflexões são bem
interessantes, como o fato dos seres humanos serem uma espécie inferior, fruto
de uma outra espécie mais evoluída que “brincou de Deus” ao nos criar. Outra
questão interessante é relevar os verdadeiros motivos do patrocinador da
missão, que ao invés de se importar em achar respostas, queria na verdade
encontrar uma forma de prolongar a própria existência, enquanto outros
personagens continuam a acreditar que a existência não acaba quando chega a
morte. Até a nave Prometheus usa o nome do titã que roubou o fogo dos
deuses e lutou pelo bem estar dos homens, o que despertou a ira de Zeus e este fez
surgir Pandora para sua vingança contra a humanidade. Na parte final do filme,
a nave foi sacrificada para salvar a Terra da destruição. Entre várias perguntas interessantes (“É
possível ser um cientista e manter a fé no desconhecido?”, entre outras), o filme é apropriado para espectadores
atentos, pois releva muitas coisas de forma bem sutil. Recomendo fortemente,
após assistir ao mesmo, fazer a leitura do link abaixo:
Um destaque para a cena da cirurgia, que é praticamente uma evolução
criativa da cena marcante de Alien - O Oitavo Passageiro, quando a criatura sai
da barriga de uma pessoa.
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Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prometheus_%28filme%29
http://www.cineclick.com.br/criticas/ficha/filme/prometheus/id/2965
http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/269191/prometheus-ridley-scott-mixa-existencialismo-e-terror-ao-voltar-ao-universo-alien/