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Dredd (Reino Unido / Índia / EUA , 2012) |
120 anos no futuro, Joe Dredd
(Urban) é o mais temido da elite de juízes nas ruas de Mega City One, onde acumula
os cargos de polícia, juiz, júri e executor (quando necessário). Dredd é o mais
temido pelos bandidos e mais respeitado entre os juízes, que mantêm a ordem na
megalópole Mega City One.
Policial, juiz, júri e
executor – “I am
the law”:
O longa-metragem, dirigido por Pete Travis, é considerado
bem fiel ao gibi Juiz Dredd, criado no Reino Unido por John Wagner e Carlos
Ezquerra. O personagem apareceu pela primeira vez em 1977, na revista
"2000 AD". O filme tem um clima pesado, cenários de um futurismo mais
acabado, ruas não muito agradáveis e população pobre e entregue aos estragos da
criminalidade e drogas. A fotografia ajuda neste sentido, deixando os cenários
com cores interessantes, lembrando provavelmente os cenários da HQ. A censura
de 18 anos para o filme faz jus à ultraviolência que já é uma forte
característica do gibi. O personagem e seu estilo de lidar com as situações –
com suas frases formadas - deixa uma forte marca e se confronta bem com as gangues
de Mega City One (que nos quadrinhos espelhavam a variedade de bandos da
juventude britânica nos anos 70 e 80), sem cair no erro de parecer imitação de
outras obras.
O ator Karl Urban ficou muito bem
no papel do juiz, mesmo considerando que nós espectadores enxergamos somente
uma parte do rosto dele e nada mais (da ponta do nariz até o pescoço). Percebemos
a personalidade forte do personagem, que em algumas cenas assusta por ter um
autocontrole de dar inveja, quase parecendo não ser um humano. O que Dredd
decide tem que ser assim e pronto, não há arrependimento, dúvida e nem erro, nem
existe aflição antes de tomar uma decisão. Ele é curto e grosso, só fala o estritamente
necessário para a situação e age sob seus princípios ferrenhos, embasados na
rígida lei. Personagem bem interessante e que ficou bem destacado nessa adaptação.
Provavelmente um filme para alegrar – e muito – os fãs. Tão bem trabalhado que,
em uma das cenas onde Dredd sente dor, quase que não dá para acreditar, depois
de termos nos acostumados com seu comportamento sem demonstrar reações
esperadas mediante as situações. E fica evidente o empenho em manter suas
atribuições perante a lei e a justiça, quando não aceita que outros juízes se
vendam.
Algumas cenas de ação ficaram
legais no sentido de estarmos vendo as coisas do ponto de vista dos bandidos
(como na cena sob o efeito da droga Slo-Mo, central à trama do filme, que faz
seus usuários enxergarem a realidade com uma fração da velocidade normal - por
isso o nome "câmera lenta"). Muito interessante os diferentes tipos
de arma que Dredd carrega o tempo todo, inclusive sua pistola que muda o tipo
de munição (fogo, tiro silencioso, tiro perfurante...) mediante o comando de
sua voz (a tecnologia do reconhecimento de voz) e a sua moto que possui uma
gravação que é usada para orientar a população ao redor a fim de minimizar possíveis
vítimas. Temos espaço também para personagens com poderes paranormais, tendo
até uma cena de batalha mental. A maior parte da ação é fechada e praticamente
em tempo real, num prédio sofisticado para batalha, que é uma espécie de favela
vertical. Situação bem desvantajosa para os protagonistas, e mesmo assim Dredd mantém
seu equilíbrio mental, inclusive seguindo a regra de testar a sua parceira novata;
é interessante que vamos percebendo o contraste do comportamento do juiz em
relação ao comportamento da novata (ela, inicialmente, hesita e fica um pouco nervosa com a
situação toda, e ele se mantém controlado).
O que não dá pra negar é que
Dredd, produção britânica de orçamento modesto e execução competente, foi fiel
ao material original e passou a sua mensagem. No universo de Judge Dredd, a
extrema violência presente na acabada cidade futurista Mega City One levou à
criação dos Juízes. Num futuro caótico onde qualquer falha pode permitir que a
criminalidade domine a cidade, o implacável juiz cumpre um papel fundamental,
se sustentando nas suas habilidades de combate e no seu forte controle
emocional.
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Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz_Dredd
http://omelete.uol.com.br/comic-con/cinema/dredd-critica/
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