|
Eu indico |
|
Prisoners (EUA, 2013) |
Duas
famílias devem lidar com o desaparecimento de suas filhas pequenas.
Quando um dos pais suspeita que o detetive encarregado das buscas já
desistiu de procurar pelo culpado, desesperadamente ele começa a
desconfiar de todas as pessoas ao redor. Fazendo sua própria
investigação, encontra o principal suspeito e decide sequestrá-lo.
Dirigido por Denis Villeneuve. Roteiro de Aaron Guzikowski.
Priosioneiros:
O diretor
canadense Denis Villeneuve, do filme “Incêndios” (Canadá,
2010), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, apresenta este
suspense que trata de uma situação comum nos Estados Unidos, e que
qualquer família pode acabar vivenciando, que é o desaparecimento
de crianças. A sequência de abertura com a
oração do Pai Nosso entrelaçada com um pai instruindo um filho a caçar um cervo já mostra a
seriedade e algumas questões da trama. Muita tensão, valores morais
e uma ótima forma de mostrar as transformações dos personagens –
cada um reagindo à sua maneira – diante da situação foco de
tensão do filme.
Com suas
duas horas e meia, o diretor consegue prender a atenção do
espectador e ainda consegue reunir provavelmente o melhor elenco do
ano: Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal, Viola Davis, Maria Bello,
Terrence Howard, Melissa Leo, Paul Dano e Dylan Minnette. Os
destaques vão para Hugh Jackman - como um pai preocupado ao
extremo e que acaba tomando uma difícil decisão pensando na
família, Jake Gyllenhaal - como um policial dedicado a ponto de se
consumir bastante com o caso e, também, Paul Dano - como o principal
suspeito, com um comportamento desassociado do mundo ao redor e que
praticamente não fala. Dano é o único que ainda não teve
indicação a premiações por suas atuações anteriores, apesar de
que seus papéis (pequenos em sua maioria) costumam ter relevância,
como em Sangue Negro (2007), Pequena Miss Sunshine (2006) e Roubando
Vidas (2004); provavelmente depois deste filme, o ator será mais
valorizado. Um destaque especial para Jake Gyllenhaal, pois se
encontra em um papel mais difícil de ter visibilidade em termos de
atuação, pois suas emoções não ficam tão explícitas como
acontece com os demais personagens (seu envolvimento com a situação
é mais indireto, pois ele está prestando um serviço); mesmo assim,
cada detalhe de sua atuação, seja um piscar repetitivo de olhos, ou
um escorregão, parecem tão reais como se fossem improviso, não
estivessem no papel. Este deve ser o melhor trabalho de Gyllenhaal,
uma boa aposta para o próximo Oscar.
Os
Suspeitos alterna as histórias do pai e do detetive, ambos com sua
obsessão, e vai mostrando a reação dos demais personagens. Pistas
são apresentadas e reviravoltas testam o raciocínio e a tensão do
espectador. Porém, os dilemas morais dos personagens, suas
transformações e decisões, é o forte do filme. O drama dos pais
diante do tempo cruel enquanto suas filhas estão desaparecidas. O
mal, em sua essência e implicações morais, e o limite de cada um
são alguns pontos focados no filme. O título original,
Prisioneiros, é mais adequado, já que cada personagem se torna um
prisioneiro de algum forma, mesmo que seja da sua própria
consciência, de sua angústia. Como em "Incêndios", o
canadense Villeneuve acumula reviravoltas e um final impactante, mas
no primeiro filme o impacto é maior. Vale a pena ver os dois.
__________________________________
Fontes:
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir