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The Buster Keaton Story (EUA, 1957) |
Cinebiografia
do comediante e diretor Buster Keaton, mais conhecido como grande rival
de Charles Chaplin na época do cinema mudo. O filme retrata bem as
dificuldades enfrentadas pelos atores na época de passagem do
cinema mudo para o falado e também mostra a quem foi este grande ator. Roteiro e direção de
Sidney Sheldon.
História
triste e feliz de Buster Keaton:
É
importante saber quem foi Buster Keaton
(1895 – 1966), um dos maiores gênios da comédia
no cinema mudo, que chegou a encarar dificuldades com a chegada do
cinema falado, assim como muitos outros artistas. Ele saiu da pobreza para a riqueza em um
curto espaço de tempo. Entretanto, este que foi considerado o
grande rival de Charles Chaplin no cinema, passou por momentos
difíceis e quase morreu esquecido. Neste sentido, vale a pena
assistir ao filme, mesmo com toda a repercussão negativa após
os críticos alegarem que foram ignorados e distorcidos muitos
fatos sobre o astro, não tendo fidelidade à história
real. Soa estranho, visto que o próprio Buster Keaton participou da produção como conselheiro técnico.
Sidney Sheldon foi um famoso
escritor de vários best sellers, tais como “A Outra Face”,
“O Outro Lado da Meia-Noite”, “A Ira dos Anjos” e “Se
Houver Amanhã”. Também foi roteirista
de filmes e novelas, chegando a dirigir poucos filmes, inclusive
adaptações de suas obras. Seus livros alcançaram
a lista de mais vendidos do The New York Times, porém sua
carreira no cinema foi bem criticada. “O Palhaço Que Não
Ri” é um drama sobre a vida de Buster Keaton, co-escrito,
co-produzido e dirigido por Sheldon, que foi tão criticado que o estúdio resolveu não renovar o contrato com o diretor.
Buster
Keaton é interpretado por Donald O’Connor, um dos três
principais atores de “Cantando na Chuva” (1952), o clássico
dos musicais que também retrata a Hollywood na passagem do
cinema mudo para o falado. Versátil e carismático, o
ator dá um show e consegue mostrar o talento e a personalidade
de Keaton, um comediante melancólico que praticamente não
dá um sorriso de forma natural em sua vida. As cenas onde ele
está interpretando, ensaiando uma cena para algum filme, são
memoráveis. Podemos comparar um pouco com o próprio
Chaplin interpretando Carlitos, ou a Robert Downey Jr. interpretando
Chaplin no excelente “Chaplin” (1992), e assim temos uma ideia
de quem foi Buster Keaton.
No filme, presenciamos a origem
das gargalhadas do público quando um acidente ocorre
numa peça teatral de “Os Três Keatons”; o
garoto Buster, com apenas 7 anos, cai acidentalmente de uma mesa e daí temos a
inspiração para realizar cenas com acidentes, quedas e
porradas, num estilo pastelão que combina com filmes mudos. A
família do ator é pobre e enfrenta a vida com dureza.
Depois disso a história avança para quando o cinema
passa a quase substituir o teatro de variedades e, assim como muitos
outros artistas do Vaudeville, Keaton vai para Hollywood tentar a
sorte no cinema. O seu talento já é usado para driblar
os guardas e conseguir um teste para ator e, em pouco tempo depois, ele já
está dirigindo seus próprios filmes. Também
vemos sua decadência após a chegada do som nas telas, suas desventuras amorosas e os problemas com a bebida.
No filme,
a carreira de Keaton acaba com a chegada do cinema falado. Numa das
cenas temos a oportunidade de ver o anúncio do filme “O
Cantor de Jazz” (1927), que de fato inaugurou a era do cinema
falado. Também vemos o ápice da carreira de Keaton
(entre 1920 e 1928), quando criou os filmes que o tornaram um dos
maiores comediantes do cinema: “Marinheiro por Descuido” (The
Navigator), “O Vaqueiro” (Go West), “Boxe por Amor” (Battling
Butter), “Amores de Estudante” (College), e “A General”
(1927), sua obra-prima, lançado no mesmo ano de “O Cantor de
Jazz”. Na vida
real, Buster Keaton sobreviveu por duas décadas de comédias
sonoras baratas e eventuais aparições, e depois voltou à evidência ao participar do filme
“Luzes da Ribalta” (Limelight, 1952), de Charles Chaplin. Esse
filme parece ter salvo o artista da decadência que, depois de contracenar com Chaplin pela única
vez, dá uma reviravolta em sua vida, voltando a casar, parando de beber e atuando em diversos
papéis no teatro, TV e cinema.
Quatro
anos antes de morrer, Buster Keaton recebeu emocionante homenagem em
Paris. Jean
Tulard, acadêmico e historiador francês e apaixonado por
cinema, escreveu em seu Dicionário de Cinema:
“Em
1962, ao apresentar sua obra em Paris, no espaço da
Cinemateca, Keaton entrou por uma porta, enquanto era esperado por
outra; pegou o microfone que lhe deram e o utilizou como um barbeador
elétrico: com alguns gestos, resumiu toda a sua arte. A ovação
que lhe foi feita por um público bastante jovem de cinéfilos
foi a maior e mais espontânea já registrada na
Cinemateca. E também a mais merecida.”
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Buster Keaton (1895 - 1966) |
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Fontes:
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