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Eu indico |
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Footloose (EUA, 2011 e 1984) |
Ren
McCormick é um rapaz criado na cidade grande que se muda para uma
cidade pequena do interior. Disposto a organizar um baile de
formatura, Ren acaba descobrindo que dançar não é permitido na
cidade. Apaixonado por música, Ren decide lutar pela restauração
da dança na cidade e, em meio a isso, acaba conquistando o coração
de Ariel Moore. Entretanto, Ariel é a filha do conservador reverendo
Shaw Moore, responsável pelo banimento da dança na cidade, em
virtude da morte de seu filho. A versão original (1984) foi dirigida
por Herbert Ross e a versão de 2011 por Craig Brewer.
Ritmo
louco em 1984 e em 2011:
No meio
dos anos 80, um filme soube casar muito bem com a dança e a música,
mesmo numa época onde os musicais já não tinham tanto valor. Só o
nome “Footloose” pode encher o coração de muitos fãs, que
lembram de Kevin Bacon no papel de Ren McCormick, este que lhe deu
grande visibilidade e mostrou seu talento fantástico para a dança,
e também para a dramatização. Vale lembrar que este ator, que
chegou a participar do filme de terror “Sexta-feira 13” (1980),
fez papéis posteriores de grande valor, tais como “Assassinato em
Primeiro Grau” (“Murder in the First”, 1995), “Sleepers:
Vingança Adormecida” (1996), “Sobre meninos e lobos” (Mystic
River, 2003) e “O Lenhador” (“The Woodsman”, 2004). Sua atuação
em “Assassinato em Primeiro Grau” e “O Lenhador” é extraordinária e rendeu indicações.
É
complicado comparar a nova versão do filme “Footloose” com a
antiga, que é um clássico e possui o mérito da originalidade,
assim como comparar os atores, já que Kevin Bacon deixou uma marca
muito forte. Porém, é injusto tirar o mérito desta nova versão,
que para começar já nos trás uma boa nostalgia. Ambos os atores
possuem um grande talento para a dança, o ator estreante Kenny
Wormald (da versão de 2011) poderia tranquilamente disputar com
Kevin Bacon um desafio na dança. Ambos os filmes não ficam somente
no contexto musical, afinal é um drama e musical, com uma mensagem
bacana sobre viver o agora e como a música e a dança têm grande
sentido e importância para os jovens. Além disso, trás a questão
do ativismo, como podemos fazer a diferença e lutar contra coisas já
estabelecidas e tornar o mundo um lugar melhor.
Craig
Brewer dirige o remake que, de fato, segue a mesma linha do original.
Ficou bem parecido, sendo uma coisa boa para quem for assistir sem
ter visto o original. Algumas mudanças básicas foram feitas, talvez
para trazer uma atmosfera de uma época mais atual, como colocar uma
cena com uma espécie de baile funk e rap, ou na cena de disputa usar
um ônibus de corrida ao invés de um trator. O que importa é que a
cena com a dança country funciona nos dois filmes, não há quem não
se divirta assistindo. Na
refilmagem, de 2011, entendemos melhor os motivos da cidade proibir a
dança, logo na primeira cena, assim como o trauma do protagonista
com a morte de sua mãe por causa da leucemia. Novamente, o que
importa é que a cena no galpão também funciona nos dois filmes,
ambos os atores dão um show de performance na dança. Na refilmagem,
o legal é que o personagem erra uns passos e até cai no chão. Os
atores Kevin Bacon e Kenny Wormald dão um show de coreografia, como
uma forma de esfriar a cabeça e resolver suas questões traumáticas
dançando sozinho em um galpão esquecido. Sem contar a cena
divertida onde ensina o amigo caipira Willard a dançar (interpretado
por Chris Penn no original e Miles Teller no remake).
Em ambas as produções, as músicas combinam com as cenas
apresentadas e o estilo country ficou perfeito para o estilo caipira
de cidade pequena. A música tema do original abre e fecha os filmes
de uma forma empolgante, começando o filme exibindo somente os pés
e os passos de dança, e posteriormente vemos muitas cenas de dança
bem coreografada. Não tem como esquecer as músicas “Footloose”
(de Kenny Loggins) e “Let's Hear It for the Boy” (de Deniece
Williams), essenciais para o sucesso do filme, tanto que foram
mantidas na versão de 2011. Ambas, na versão original, receberam
uma indicação ao Oscar de melhor canção original. A trilha sonora
contém Tom Snow, Dean Pitchford, Kenny Loggins, Nigel Harrison, Mark
Mothersbaugh, Jamshied Sharifi, Jim Steinman e Nate Archibald. Este
álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll
Hall of Fame. Um álbum, contendo a trilha sonora do filme, foi
lançado nas lojas e acabou sendo indicado ao Grammy.
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