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As Aventuras do Príncipe Achmed (Alemanha, 1926) |
Um
feiticeiro maligno engana o príncipe Achmed, convencendo-o a
cavalgar em um cavalo alado. O príncipe percebe ser capaz de
conduzir o cavalo e este o leva para diversas aventuras, até que
acaba se apaixonando pela linda princesa Peri Banu. Dirigido por
Lotte Reiniger.
Clássico
das animações:
Parece um
espetáculo teatral sem falas (é um filme mudo), mas com música,
som e movimentos bem planejados. Praticamente cada cena só usa duas
cores, tendo sempre o preto. Cenas com preto e laranja, preto e azul,
etc, geram uma surrealidade bacana. Impressiona o jogo simples de
luzes e sombras, um conceito surgido e popularizado na China, de onde
são oriundas as famosas caixas de sombras. A diretora alemã Lotte
Reiniger foi pioneira no uso da animação em sombras chinesas. As
figuras do filme foram recortadas e manipuladas à luz de câmara
pela realizadora.
A
animação contém vários personagens, bem apresentados na
introdução, com muita aventura, fantasia e romance. Até Aladim
aparece como um dos personagens. Trata-se de uma adaptação dos
conhecidos contos de “As Mil e Uma Noites”. Cada quadro é um
espetáculo individual, usando a mudança de cores para indicar se
estamos em um espaço interno ou externo, ou para aumentar o clímax
e indicar a temperatura da cena. Figuras feitas de cartolina preta
fazem movimentos complexos, desde dedos, boca, braços e corpo. A
música de Wolfgang Zeller é uma sinfonia que acompanha bem os
acontecimentos. A fotografia de Carl Koch (parceiro presente de
Renoir) também maximiza o resultado da obra.
Logo no
início do filme nos deparamos com a seguinte informação: “As
aventuras do Principe Achmed foi lançada na Alemanha em 3 de
setembro de 1926. Nem o negativo original, nem a copia do original da
versão alemã existem mais. Esta reconstrução foi baseada em um
fragmento de uma copia de nitrato com informação das legendas em
inglês pelo arquivo nacional de filmes e televisão em Londres. Este
foi recopiado e as informações da legenda original alemã foram
inseridas de acordo com o cartão censor sobrevivente”.
Em 1908,
o curta animado “Fantasmagorie”, de Émile Cohl, fascinou as
plateias mostrando as possibilidades da animação. Trata-se de uma
animação interessante que pode ser encontrada facilmente no
youtube. O primeiro longa-metragem de animação foi o argentino “El
Apóstol” (1917), dirigido por Quirino Cristiani. Infelizmente foi
completamente perdido em um incêndio, em 1926. Depois veio “As
Aventuras do Príncipe Achmed”, que então se torna o primeiro
longa-metragem de animação acessível. Logo depois, em 1928, a
Disney entra no jogo e lança a primeira animação onde aparece
Mickey Mouse: “Steamboat Willie”, que por sinal o início desta
animação é usado para apresentar a logomarca da Disney antes do
início de alguns filmes com a produção desta.
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Fontes:
Livro “Tudo Sobre Cinema”, editado por Philip Kemp e com o prefácio de Christopher Frayling
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