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Midnight's Children (Canadá / Reino
Unido, 2012) |
Em 15 de
agosto de 1947, a Índia conquistou a sua independência.
Neste exato momento, à meia-noite, nasceram duas crianças
em uma maternidade. No entanto, uma enfermeira decidiu trocá-los:
Saleem, filho indesejado de uma mãe pobre, foi criado no lugar
de Shiva, o filho biológico de um casal rico. A história
dos dois garotos será para sempre ligada ao destino político
do país, principalmente quando a Índia entra em guerra,
e eles se encontram em lados opostos na batalha. Dirigido por Deepa
Mehta.
Índia:
O
roteirista e narrador deste filme é o próprio Salman
Rushdie, escritor do livro “Os filhos da meia-noite”, um romance
de 1980 que venceu alguns prêmios importantes, como o de melhor
livro publicado durante os primeiros 25 anos do mais importante
prêmio literário britânico. A direção
ficou por conta de Deepa Mehta, indiana radicada no Canadá,
duas vezes indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por "Terra"
(1998) e "Água" (2005).
A
história da Índia no século XX é mostrada
através de uma saga rodeada de momentos fantásticos,
seus eventos históricos significativos se misturam com a
dramatização vivida pelos diferentes personagens e
pelos momentos míticos que ressaltam a cultura indiana, e
assim temos uma aula de conhecimentos sobre a história da
Índia. Um visual deslumbrante e, provavelmente, realista,
desde as grandes mansões, até as favelas.
O
muçulmano Salim Sinai narra sua história desde 1919,
antes até de seu nascimento (o que já dura quase meia
hora de filme), mostrando a forma inusitada como seus avós e
pais se conheceram e os eventos que levaram ao seu nascimento que,
como se não bastasse, ocorreu em Bombaim à meia-noite
de 15 de agosto de 1947, no instante em que a Índia se tornava
uma nação independente. Acredita-se que todos os mil e
um indianos nascidos entre a meia-noite de 15 de agosto e a uma hora
da madrugada de 16 de agosto de 1947 desenvolveram poderes
extraordinários. Eles são capazes de se encontrar mesmo
estando em lugares diferentes e, a partir disso, a história
toma rumos interessantes.
Giles
Nuttgens fica a frente da fotografia do filme, o que parece ter feito
toda a diferença, até porque foi filmado no Sri Lanka e
envolveu mais de 600 lugares, e sua competência em apresentar
as cenas bem posicionadas e o uso das cores foi comprovada. Junto com
isso, a produção e direção de arte,
inclusive trilha sonora, ajudam a enaltecer o exotismo da Índia.
Não tem como não recordar, então, do maravilhoso
“Passagem para a Índia” (1984), dirigido por David Lean,
e que também conta a história da Índia e mostra
o choque cultural entre estrangeiros e habitantes locais.
Com
certas pitadas de humor que não chegam a tirar a seriedade do
filme, assim como os momentos mágicos, os personagens dão
uma lição de convivência, amor e laços
verdadeiros; movidos pelo amor, quebram e superam barreiras e
tradições de laços sanguíneos - quando
pais assumem como filhos crianças que não são
suas, assim como quando presenciamos o amor além da questão
do sexo.
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Fontes:
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