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Eu indico |
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The Heiress (EUA, 1949) |
Catherine
(Olivia de Havilland), uma jovem boa, vive um drama, pois seu pai não
deixa que ela se relacione com ninguém. Ele faz de tudo para
mantê-la presa, inclusive dizendo que ela é feia, ao contrário de
sua mãe morta. Até que surge Morris Townsend (Montgomery Clift),
que se interessa por ela. Mas o pai tentará impedir o romance
dizendo que o único interesse que o rapaz tem é no seu dinheiro.
Dirigido por William Wyler.
A
Herdeira:
Este
filme, premiado com o Oscar de melhor atriz (Olivia de Havilland),
direção de arte, figurino e trilha sonora, possui um ótimo roteiro
e é altamente recomendável. A direção de William Wyler é muito
boa e os quatro principais atores, Olivia de Havilland, Ralph
Richardson, Montgomery Clift e Miriam Hopkins estão ótimos em seus
papéis, com destaque para os dois primeiros. Olivia de Havilland
excede as expectativas, é a mesma atriz que fez o papel coadjuvante
de Melanie em “…E O Vento Levou” (1939), no qual teve a sua
primeira indicação ao Oscar.
Catherine
Sloper, a herdeira do título original, é uma jovem doce mas sem
muita beleza ou classe. Tímida, ingênua, nem sabe dançar para
aparecer bem nos bailes. Mesmo sendo filha de um rico viúvo, o Dr.
Austin Sloper, os pretendentes costumam por evitá-la. Seu pai é um
médico muito rico e importante, um homem dedicado às aparências.
Eles moram num palácio na Washington Square (que inspirou o título
do romance que deu origem à peça teatral antes do filme), que fica
bem no início da Quinta Avenida, em Nova York, símbolo de status
social na cidade que se firmava como a grande metrópole americana.
Neste contexto surge um rapaz bonito, elegante, Morris Townsend
(Montgomery Clift era um jovem ator em ascensão, e neste filme
cumpre também um papel importante com sua atuação), que
rapidamente se interessa por Catherine, e ela corresponde ao rapaz.
Morris não esconde de ninguém que não possui fortuna e é
desempregado. Para Catherine, a sua sinceridade é um indicativo de
honestidade. Já o seu pai reprova a união de cara, justificando que
o rapaz está interessado somente na riqueza dela.
O melhor
do filme é o fato de que as coisas não ficam muito claras, pelos
acontecimentos que surgem a partir daí, e pelo comportamento do
rapaz. Não sabemos se ali existe uma paixão verdadeira ou se, de
fato, ele está interessado na herança (ou talvez as duas coisas).
Catherine, cada vez mais apaixonada pelo rapaz, praticamente tem que
escolher entre o seu amor e o seu pai, além de lutar para acreditar
que o rapaz está realmente interessado nela e não no que ela
possui. Reviravoltas interessantes e um final inesperado e com muito
significado.
Com
roteiro de Augustus Goetz e Ruth Goetz, o filme é uma adaptação da
peça teatral dos roteiristas, tendo sido um grande sucesso na
Broadway, por sua vez baseada na novela Washington Square, de Henry
James (1843-1916). Possui um estilo clássico, com os bailes
tradicionais da época, ambientado na classe alta de Nova York pelo
século XIX, e representa muito bem os costumes, comportamentos e
preocupações dessas famílias da alta sociedade da época, onde
tudo gira em torno das aparências, da beleza exterior e da riqueza.
A prioridade é um bom casamento e uma união de bens vantajosa para
todos.
- “Uma
criatura inteiramente medíocre e indefesa, sem nenhum porte.”
(Dr.
Austin Sloper, se referindo à sua filha)
- "Morris
precisa ficar comigo! Morris vai me amar por todos aqueles que não o
fizeram!"
(Catherine,
escancarando seus sentimentos)
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