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Taxi Driver (EUA, 1976) |
Em Nova
York, um homem de 26 anos (Robert De Niro), veterano da Guerra do
Vietnã, é um solitário no meio da grande metrópole que ele
vagueia noite adentro. Assim começa a trabalhar como motorista de
taxi no turno da noite e nele vai crescendo um sentimento de revolta
pela miséria, o vício, a violência e a prostituição que estão
sempre à sua volta. Após comprar armas, ele articula um atentado
contra o senador (que planeja ser presidente). Dirigido por Martin
Scorsese.
Clássico
de Scorsese com De Niro:
Momento
único é poder assistir a este filmaço numa sala de cinema. Desde
31 de maio (2014) a Rede Cinemark exibe clássicos do cinema em
sessões especiais. Melhor ainda foi ver a sala cheia, muita gente
atraída pela sessão de um filme de 1976, valorizando o clássico na
telona. Filmes como 'Pulp Fiction' e 'Laranja Mecânica' estão no
escopo. Em se tratando deste filme, uma nostalgia forte surge ao
relembrar das cenas bem trabalhadas por Martin Scorsese e do
personagem interessantíssimo interpretado por De Niro, obviamente
uma interpretação espetacular já no início de sua carreira, pouco
depois de sua presença forte em “O Poderoso Chefão: Parte II”
(1974), de Francis Ford Coppola.
A
narração do personagem Travis Bickle (Robert De Niro) é forte e
realista, em talvez a maior interpretação deste ator, dizem até
que ele chegou a tirar uma licença de táxi e estudar o sotaque das
pessoas numa base militar. Como motorista de táxi, Travis vê muita
coisa ao redor, nas ruas de uma Nova York na década de 1970, suja e
com pessoas sujas no pior dos sentidos. O personagem admite estar
entrando em depressão com tudo aquilo e chega a manifestar
comportamentos contraditórios: leva uma bela mulher (a linda atriz
Cybill Sheperd) pela qual demonstra forte atração e sentimento, já
no primeiro encontro, para ver um filme pornô; por outro lado, tem
momentos de altruísmo ao tentar ajudar uma prostituta de 12 anos
(Jodie Foster, que tinha 14 anos na época) a largar aquela vida e
voltar para a casa de seus pais. Seu plano para assassinar um senador
é quase que o extremo de seu comportamento, mesmo decidindo também
se tornar uma espécie de anjo salvador para a garotinha perdida.
Considerado
um dos maiores filmes dos Estados Unidos, tornou-se um clássico e
obra-prima de Scorsese, retratando a violência, solidão e
alienação, com um argumento de Paul Schrader. Bernard Herrmann,
conhecido por seu trabalho com Alfred Hitchcock, foi o responsável
pela trilha sonora, que acabou sendo a última antes de sua morte. O
som do jazz que permeia toda a trama combina com o drama vivenciado
pelo taxista e ajuda a retratar a Nova York da época, que já vivia
cheia de Táxis. O filme foi considerado "culturalmente,
historicamente ou esteticamente significante" pela Biblioteca do
Congresso dos EUA e foi selecionado para ser preservado no National
Film Registry em 1994.
Fantástica
a crítica política e social, numa
abordagem que mostra a ansiedade em
surgir um cidadão modelo, um herói, diante do fato de que as
pessoas percebem toda a corrupção e sujeira ao redor, veem de perto
os problemas dos outros, até os culpados, porém ninguém quer sujar
as mãos para mudar este cenário. O
desfecho nem deve ser contado, somente visto, mas podem se preparar
para um clímax forte nas últimas cenas, o filme consegue até vagar
entre o poético e o desastroso, ainda com a ironia presente nos
filmes de Scorsese. O final é tão significativo que até hoje é
lembrado sob diferentes interpretações. O filme recebeu quatro
indicações ao Oscar: melhor ator (Robert De Niro), melhor atriz
coadjuvante (Jodie Foster), melhor trilha sonora (Bernard Herrmann) e
melhor filme.
Algumas
curiosidades com PEQUENOS SPOILERS:
- Travis
Bickle diz ser um veterano da Guerra do Vietnã, porém alguns
críticos defendem que isso pode fazer parte da persona que ele
adotou diante de seus problemas pessoais e psicológicos. Até porque
o seu comportamento com armas e suas vestimentas ao estilo militar
são suspeitas, embora não pareçam ser ruins;
- Taxi
Driver fazia parte das fantasias e delírios de John Hinckley, Jr.,
os quais o motivaram a tentar assassinar o presidente Ronald Reagan
em 1981, não sendo considerado culpado sob a alegação de
insanidade. Hinckley declarou que suas ações eram uma tentativa de
impressionar a atriz Jodie Foster, por quem era obcecado, tendo até
imitado o corte de cabelo moicano que Travis Bickle usava no comício
do candidato a presidência Palantine. Seu advogado concluiu sua
defesa mostrando o filme para o júri;
- A
última cena de Bickle fitando um objeto não visto deixa implícito
que ele pode entrar em um estado raivoso e negligente no futuro, e
que ele é como uma bomba-relógio. O roteirista Paul Schrader
confirma isso no seu comentário do DVD de 30 anos do filme, dizendo
que Travis "não está curado pelo final do filme", e que
"ele não será um herói na próxima vez".
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Fontes:
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