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Eu indico |
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Dr Jekyll and Mr Hyde (EUA, 1931 |
O
cientista Henry Jekyll, fascinado pela dualidade entre o bem e o mal,
desenvolve um elixir que o transforma num perigoso assassino, que
passa a ser conhecido como Sr. Hyde, revelando o lado sombrio que se
esconde dentro dele. Dirigido por Rouben Mamoulian.
Doutor
Jekyll e o Senhor Hyde:
No mesmo
ano foram lançados “Frankenstein”, “Dracula” e “O Médico
e o Monstro”, entrando para a lista dos primeiros grandes filmes de
terror. Terror este que vem com toda uma temática de drama
associada, servindo como um palco para discutir questões humanas.
Para uma época onde o som praticamente acabava de surgir no cinema e
não existiam recursos suficientes para grandes efeitos especiais,
este filme surpreende. Contemplamos os efeitos durante as mudanças
físicas do personagem principal, que se transforma num mostro
bizarro, assim como a mudança de comportamento
deste, que ganha destaque na grande interpretação do ator Fredric March, que acabou
levando o Oscar de Melhor ator, dividindo o prêmio com
Wallace Beery (“O Campeão”) por conta da diferença de apenas um
voto (na época isto era considerado um empate na categoria). Complementando, temos a ótima
fotografia de Karl Struss, na produção de Adolph
Zukor (que também foi o produtor da versão anterior, de 1920) e, por
fim, um diretor respeitado e ousado, Rouben Mamoulian, adaptando para
as telas um grande clássico sobre a dualidade da alma humana,
escrito por Robert Louis Stevenson: “The Strange Case of Dr. Jekyll
and Mr. Hyde”, publicado em 1886.
O
resultado, considerado bem fiel à proposta da obra escrita, discute
a existência do bem e do mal dentro de cada pessoa. A transformação
da personalidade fica bem representada nas mudanças da voz, na
expressão corporal (com direto a um pouco de acrobacias), nos gritos, violência e falta de cuidado e educação com os outros, contradizendo
exageradamente com o Dr Jekyll, sempre gentil, bondoso e cuidadoso
com as pessoas. Com grandes enquadramentos e movimentos de câmera,
ficou fácil contemplar o filme. Logo no início podemos perceber a originalidade no uso da
técnica de mostrar a visão da perspectiva do
médico. Em outros momentos, a exibição de 2 cenas ao mesmo tempo - com a tela dividida - também se tratou de uma das primeiras inovações do tipo.
Somente
no final da década de 60 o diretor revelou como os efeitos foram
produzidos. Ao que parece, a equipe de maquiagem da Paramount
construiu uma prótese para o personagem do Sr. Hyde, e os efeitos
para a transformação usavam manipulação de uma série de filtros
de cores na frente da lente da câmera. Durante a primeira cena da
transformação, os ruídos que acompanham a trilha sonora incluem um
sino soando ao fundo e supostamente uma gravação com a batida do
coração do diretor Rouben Mamoulian. Incrível e original.
"São as coisas que não podemos fazer que sempre me seduzem"
Dr. Jekyll (Mr. Hyde?)
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Fontes:
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