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Deixa Ela Entrar (Suécia, 2007) |
O filme
conta a história de Oskar, um menino de 12 anos que se aproxima de
Eli, uma vampira. A história se passa em Blackeberg, subúrbio de
Estocolmo, na Suécia, em fevereiro de 1982. Dirigido por Tomas
Alfredson.
Vampiros
na Suécia:
Baseado
no livro de contos do escritor sueco John Ajvide Lindqvist, que
também escreveu o roteiro, este filme, apesar de ter uma temática
pouco original (vampiro), consegue surpreender em muitos aspectos os
filmes do mesmo gênero. Essa versão sueca, inclusive bastante superior ao
remake americano “Let Me In” (2010), serve de metáfora para a
adolescência, o amadurecimento de crianças, tratando o tema de
forma bem interessante.
Oskar
(Kåre Hedebrant), garoto de 12 anos, sofre nas mãos dos colegas de
escola a ponto da situação tomar rumos catastróficos. Bem
introvertido e solitário, se identifica e se apaixona pela vizinha
vampira, uma garota que precisa constantemente se alimentar de sangue
humano. Eli (Lina Leandersson) também tem 12 anos, só que há muito
tempo. Eles acabam ficando cada vez mais amigos, apesar do
contragosto do senhor que, de forma bem dedicada, cuida da vampira.
Surge o
primeiro amor do garoto e o diretor consegue colocar cenas singelas
no meio de um filme com sangue e morte. Principalmente, o filme trata
a questão do saber cuidar do outro. Vampirismo e assassinatos de
forma proposital não ficam muito expostos, aumentando o suspense e
brincando com a imaginação do espectador. Uma cena de terror, mais
ao final, utiliza uma perspectiva interessante, mostrando, de um
ponto de vista curioso, o que deve estar ocorrendo no cenário
principal, mas permitindo ao espectador perceber a situação. Esta
pode entrar para a lista de melhores cenas de terror com vampiro.
De um
lado, um vampiro e seu fardo, e de outro, um humano (e seu fardo). Ao
descobrir que Eli é uma vampira, não ocorre uma repulsa por parte
de Oskar, ele na verdade mantém o seu interesse. As cenas fortes
agradam, mas a construção dessa relação entre os garotos é o
ponto alto do filme, chega a ser singela na forma como as cenas foram
preparadas. Nessa mistura, está contido todo o drama tradicional
vivido pelos vampiros, fazendo com que muitos filmes do gênero se
tornem desnecessários.
Duas
informações que podem não ter sido percebidas - SPOILER:
Pelo fato
do diretor Tomas Alfredson não ter incluído no filme a cena de
castração de Eli, descrita no livro original, muitos não
perceberam que Eli, na verdade, é um menino castrado. Fica mais
complicado pelo fato do personagem ser interpretado por uma garota, a
atriz Lina Leandersson. Entretanto, em uma cena onde Eli sai do
banho, Oskar rapidamente a enxerga sem roupa e podemos perceber uma
cicatriz na região do órgão sexual.
Uma outra
informação, que acaba ficando clara na versão americana, é que o
senhor que cuida da vampira na verdade já foi um garoto que
provavelmente se apaixonou por ela, e decidiu cuidar da mesma, algo
que passa a ser um papel assumido por Oskar no final do filme.
“Eu não
mato gente.“
(Oskar)
“Mas
gostaria de matar... se pudesse.
Para se
vingar. Certo?
Eu faço
porque tenho de o fazer.
Por favor,
Oskar, se coloca no meu lugar, só por um instante.”
(Eli)
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Fontes:
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