|
Eu indico |
|
Good Morning, Vietnam (EUA, 1987) |
Em 1965,
o DJ Adrian Cronauer (Robin Williams) é recrutado para comandar o
programa de rádio das forças armadas dos EUA no Vietnã.
Irreverente, ele agrada aos soldados, mas enfurece Steven Hauk, um
segundo-tenente e superior imediato de Cronauer, que tinha uma
necessidade enorme de provar que era superior hierarquicamente.
Movido pela inveja e ciúme, ele tenta prejudicar Cronauer, mas a sua
popularidade é tal que é protegido pelos altos escalões. Dirigido
por Barry Levinson.
A
guerra e a comédia:
A Guerra
do Vietnã já foi retratada em alguns filmes, mas dificilmente de
forma tão agradável quanto este, que não perde de vista os
momentos sérios e dramáticos, mas é em boa parte um filme de
comédia, e de comédia com graça e criatividade. Um elemento que
garante este resultado é o talento nato do ator Robin Williams, em
um papel perfeito para ele. É bem provável que, neste papel, tenha
havido muito improviso do ator.
O talento
do personagem, com a comédia, com as sacadas inventadas na hora para
criticar algumas situações no contexto desta guerra, rapidamente
alegra os soldados e serve como válvula de escape para estes que
estão na iminência da batalha. Em se tratando da rádio como meio
de comunicação de grande difusão, vemos a forte censura provocada
pelos tenentes superiores a fim de não revelar informações que
manchariam a imagem dos EUA, mas também existia a possibilidade de
vazar informações estratégicas que poderiam colocar as forças
armadas em desvantagem. Inovando e saindo do tradicional, Cronauer
consegue criticar o governo americano e alternar entre sua locução
e grandes hits dos anos 60, aumentando o valor do entretenimento da
rádio. Podemos conferir, entre outros, James Brown com “I Feel
Good” e Louis Armstrong com “What a wonderful world”. Este
último é tocado enquanto são exibidas várias cenas com os
vietnamitas e os norte-americanos em meio às atrocidades de uma
guerra absurda, momentos verdadeiros que se contradizem com o título
da música “Que mundo Maravilhoso”. Lembro desta música ter sido
utilizada com a mesma finalidade no final do filme-biografia “Tiros
em Columbine”, de Michael Moore (documentarista e apresentador de
televisão e grande crítico aos EUA), em uma versão maravilhosa na
voz de Joe Ramone (da banda Ramones).
Um país
em crise, com terrorismo crescente. O medo no uso da informação
conflita com a vontade de Cronauer em usar este veículo de
comunicação da melhor forma possível. Com a imitação de várias
vozes e muito bom humor, Robin Williams já garante o filme,
independente das críticas a guerra. Recebeu uma indicação, na
categoria de melhor ator, para o Oscar 1988 e venceu no Globo de
Ouro, assim como venceu no BAFTA (Reino Unido) de 1989 (melhor ator -
comédia / musical). Houveram mais indicações e premiações em
outras cerimônias menores, o filme até recebeu o Political Film
Society de 1989 (EUA), na categoria “Paz”.
__________________________________
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário