|
Eu indico |
|
Brief Encounter (Reino Unido, 1945) |
Laura (Celia Johnson) e Alec (Trevor Howard) se conhecem por acaso em uma estação de trem, quando ele remove um cisco do olho dela. Ele é médico, ela é dona de casa. Ambos são de classe média, têm meia-idade e são razoavelmente felizes em seus casamentos. Em pouco tempo passam a se encontrar todas as quintas-feiras, mas apenas como bons amigos. Gradativamente surge uma paixão mútua e eles continuam a se encontrar regularmente, apesar de saberem que este amor é impossível.
Desencanto:
Existem romances que vão além da relação perfeita,
do amor incondicional e imortal entre um homem e uma mulher. Podem
até lidar essa questão, porém apresentam algo a mais, muitas vezes
questionando a nossa visão tradicional das relações. “Desencanto”,
dirigido por um dos diretores que eu mais admiro, David Lean, é um
filme bastante intimista, principalmente porquê é narrado por uma
mulher, são os seus pensamentos de cada momento expostos ao
expectador, de forma muito madura. Indicado ao Oscar de melhor
diretor, roteiro e atriz (Celia Johnson).
Estamos diante de um romance proibido, porém tratado
com muito cuidado, carinho e sinceridade pelo diretor David Lean, do
ponto de vista da personagem de Celia Johnson. Baseado em uma curta
peça teatral de trinta minutos, de Noel Coward, chamada "Still
Life", a história nas telas ficou tão boa que é difícil de
acreditar que, em 1945, um diretor conseguiu tal feito com um filme
dramático e romântico indo além do seu tempo. Acabei lembrando de
outro filme que encantou, As Pontes de Madison (1995), que assisti
antes deste.
Laura, a protagonista que vai nos confessando o seu
íntimo, vive uma relação extra conjugal, que a encanta, em seus
breves encontros com Alex (aqui cabe o título original, “Breve
Encontro”) ao mesmo tempo em que pesa, em seu íntimo, a culpa.
Podemos perceber que Alec, o amante, também sente certo incômodo.
Laura narra a história em flashbacks e presenciamos não somente os
seus momentos de liberdade e satisfação nos encontros com Alec, mas
principalmente a sua culpa e sofrimento pelo que está vivendo.
Fiquei contente em saber que este foi eleito o filme
mais romântico de todos os tempos, segundo a revista britânica Time
Out. Abaixo a lista para quem quiser conferir e garantir seus
momentos, seja acompanhado ou não:
1. ‘Desencanto’ (1945), de David Lean
2. ‘Casablanca’ (1942), de Michael Curtiz
3. ‘Amor à flor da pele’ (2000), de Wong Kar Wai
4. ‘Noivo neurótico, noiva nervosa’ (1977), de
Woody Allen
5. ‘Ensina-me a viver’ (1971), de Hal Ashby
6. ‘O segredo de Brokeback Mountain’ (2005), de Ang
Lee
7. ‘Se meu apartamento falasse’ (1960), de Billy
Wilder
8. ‘Neste mundo e no outro’ (1946), de Michael
Powell e Emeric Pressburger
9. ‘Brilho eterno de uma mente sem lembranças’
(2004), de Michel Gondry
10. ‘Embriagado de amor’ (2004), de Paul Thomas
Anderson
__________________________________
Fontes: