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Eu indico |
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Holy Motors (França / Alemanha, 2012) |
Oscar
(Denis Lavant) transita solitário em vidas paralelas, atuando como
chefe, assassino, mendigo, monstro, pai... Mergulha profundamente em
cada um dos papéis e é transportado por Paris e arredores em uma
luxuosa limusine, comandada pela loira Céline (Edith Scob). Ele é
um homem em busca da beleza do movimento, da força motriz, das
mulheres e dos fantasmas de sua vida.
Dirigido por Leos
Carax.
Paris e o cinema:
A beleza do movimento... palavra essa, “movimento”,
que deu origem ao nome “cinema” (do grego: κίνημα - kinema
"movimento"). Esse filme representa o que é o cinema,
através de várias cenas, suas facetas, seus gêneros e estilos
(suspense, musical, ficção científica, drama, ação, etc). Tudo
começa quando alguém acorda e passa por uma porta secreta vendo-se
num filme. Esse alguém é interpretado pelo próprio diretor Leos
Carax. A partir daí, ao longo de um dia, um homem, que é um ator, o
Sr. Oscar, vai passar por Paris, desde os subterrâneos, parques,
cemitérios, até o alto dos edifícios. A cada parada, o Sr. Oscar
interpreta um papel diferente: um monstro nos esgotos nos remete a
uma história do tipo a bela e a fera; em outro momento, um casal se
reencontra no alto da velha loja de departamentos La Samaritaine
(momento musical com Kylie Minogue), com o par de torres da Notre
Dame ao fundo. A cada cena, Holy Motors homenageia Paris e o cinema.
Denis Lavant é o Sr. Oscar, ele está numa
interpretação impecável, muito expressivo quando precisa e podado
quando necessário. É um grande ator interpretando um grande ator em
vários papéis. Genial! Cada interpretação é tão boa que fica
até difícil caracterizar a pessoa em si, o Sr. Oscar, já que no
momento seguinte ele está fazendo outro papel. A úncia forma é
aproveitar os momentos de transição, quando ele conversa com Céline
dentro da limusine, que o transporta de um local para outro. Talvez
ele seja um ator brilhante, porém cansado de seu trabalho e de
interpretar. Neste ponto talvez seja melhor olharmos para nós
mesmos: somos cada vez mais atores nas nossas vidas. Seguimos uma
fórmula como se fossemos máquinas e perdemos a própria identidade.
Que bom que os filmes existem e nos permitem viver muitas vidas, como
naquela frase que esqueci onde li e quem escreveu: “você não
precisa ter experimentado de tudo na vida, mas sim ter visto os
filmes certos”.
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Fontes:
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