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Eu indico |
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L'Hermine (França, 2016) |
Michel
Racine (Fabrice Luchini) é um juiz rígido e impiedoso, conhecido
pela atitude extremamente profissional nos tribunais. Isso muda
quando a jurada de um de seus casos é Ditte Lorensen-Cotteret (Sidse
Babett Knudsen), uma mulher por quem foi perdidamente apaixonado
muitos anos atrás, mas que o abandonou. Dirigido
por Christian
Vincent.
Tribunal:
Assisti
poucos filmes que envolvem tribunal, julgamento pela lei. Me recordo
de excelentes produções:
-
12 Homens e uma Sentença (1957, de Sidney Lumet);
-
O Sol é Para Todos (“To Kill a Mockingbird”, 1962, de Robert
Mulligan), neste blog:
-
O Homem Que Fazia Chover (1997, de Francis Ford Coppola);
-
Tudo o que Desejamos (França, 2011, de Philippe Lioret), também
neste blog:
Agora,
acrescento a essa pequena lista, o recente
filme
francês
A
Corte. O
filme alterna entre cenas dentro e fora de
um
tribunal, e possui alguns aspectos cativantes. O primeiro deles é
facilmente
perceptível, que é
o personagem principal
em
si, um
juiz competente, que para nossa
sorte foi
interpretado
esplendidamente pelo ator Fabrice
Luchini, premiado
então como
melhor interpretação
masculina no Festival de Veneza de 2015. O
mesmo festival premiou este filme como
melhor
roteiro (do
próprio diretor Christian
Vincent).
É
fácil acreditar, de cara, que este
juiz possui
somente uma personalidade rígida e postura firme, que
são atributos importantes para o seu ofício. As pessoas comentam
logo sobre ele, antes do julgamento começar, e não temos até
então maiores informações. Todos têm
medo dele, é um
juiz
casca
grossa. Porém,
é
aos
poucos que vamos percebendo o quanto ele é uma
pessoa justa, que segue a lei e faz com
que os seus assistentes a sigam. Como
se já não bastasse encantar por isso, o filme em determinado
momento vai mostrar uma pequena fragilidade do protagonista diante
dos sentimentos que ele guarda
por alguém, uma mulher por quem foi apaixonado (Sidse
Babett Knudsen, que
está linda e
também ótima no
filme).
O destino faz
com que eles se cruzem novamente, só que durante um julgamento. O
envolvimento
dos
dois vai
se desenrolando ao mesmo
tempo em que o
julgamento
vai
avançando,
mas as
coisas são bem sutis, existem pouquíssimos vestígios de sentimento
entre eles e é interessante como isso não prejudica a andamento dos
seus
trabalhos.
É
importante ver como a postura e firmeza do juiz continuam presentes
para que a lei seja aplicada corretamente.
Um
julgamento, como o próprio nome diz, parte de suposições,
observações e decisão, pois nem sempre a verdade será relevada e
é necessário aplicar a sentença. Muito
interessante presenciar esse drama principalmente do ponto de vista de
um personagem inteligente, justo e humano. É
um drama que
nos apresenta a um tribunal, com seus
elementos visíveis e seus bastidores, mas também possui aquela leve
pitada de romance e humor. E tudo isso traça uma certa identidade na
obra que a deixa cada vez mais realista e cada vez mais agradável.
Um
tribunal de justiça e
o que ocorre fora dele nos é apresentado como uma
corte, onde conduta e comportamento das pessoas estão
sendo observados
e julgados
por outras com base no que se acredita ser o correto, a etiqueta.
Vemos
no tribunal as
relações hierárquicas, as repetições obrigatórias, o tempo de
cada um falar, como
se dirigir ao
advogado e
ao juiz,
a
seleção dos jurados, etc.
Mas
o melhor de tudo é como se mantém a moralidade
implacável do
personagem principal e seus conflitos diante de tudo que ele está
passando em sua vida pessoal.
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Fontes:
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