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Eu indico |
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Hanami (Kirschblüten, Alemanha, 2008) |
Quando
descobre que seu marido tem pouco tempo de vida, Trudi não sabe se
deve contar a ele a verdade. Em vez disso, ela decide planejar com
Rudi uma viagem, para que aproveitem bem estes últimos momentos
juntos. Sonhando conhecer o Japão, país pelo qual é apaixonada, a
mulher decide que este será o destino do casal, mas que antes eles
irão até Berlim, para fazer uma última visita a seus dois filhos
que moram lá.
Dirigido
por Doris
Dörrie.
Hanami:
A vida é cheia de surpresas e quase ninguém está
preparado para a morte. As pessoas brincam quando perguntam o que
você faria se soubesse ter pouco tempo de vida. Hanami –
Cerejeiras em Flor discute essa questão, o saber aproveitar a vida,
por ela ser efêmera e também cheia de prazeres. Mais isso na
verdade é muito pouco do que o filme representa, indicado ao Urso de
Ouro no Festival de Berlim de 2008 e exibido na 32ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo.
Um prazer, preferido da maioria, é o prazer de viajar e
conhecer lugares exóticos. Neste aqui, existe a vontade de Trudi em
sentir a cultura japonesa, andar por entre as deslumbrantes
cerejeiras brotadas em flor e encarar mais de perto o Monte Fuji e
toda a energia e magia que este guarda. Acaba que a viagem não
ocorre exatamente como eles imaginavam, a começar pela visita aos
filhos antes da viagem ao Japão. Os filhos, sempre ocupados e
tratando os pais como visitas não esperadas, nos mostram o quanto
devemos ser mais próximos e cuidados com nossos familiares, cada vez
mais, principalmente com os mais velhos, que provavelmente estão
mais perto de partir do que nós. A viagem ao Japão acaba também
sendo muito diferente do esperado, por conta da ocorrência de um
fato mais inesperado, mudando o cenário do filme. É onde a obra
mostra o potencial que tem. Aqui vou revelar o fato que se encontra
na maioria das sinopses deste filme e ocorre logo no início, então
acredito que não comprometa muito, mas é melhor avisar antes e
deixar o leitor decidir.
Antes de ir ao Japão, quem acaba falecendo de repente é
Trudi, a esposa. Ainda sem saber que também tem pouco tempo de vida,
Rudi decide fazer uma homenagem à ela, então continua com os planos
e vai até o Japão. Lá, após algumas interessantes desventuras de
um turista despreparado, ele conhece uma jovem, daquelas artistas de
rua orientais e essa amizade acrescenta a ambos. Rudi então percebe
os sacrifícios que sua mulher havia feito por ele. O melhor de tudo
é o caminho, a trajetória, enquanto busca os destinos no Japão que
a esposa faria. Porque nele, personagens conhecem outros personagens,
outra cultura, outra identificação e forma de viver. E isso tudo
faz parte do melhor da vida. O filme possui um final, na minha visão,
perfeito, muito sensível e bonito, comovente até para os corações
de pedra.
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Fontes:
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