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Chappie (EUA, 2015) |
Em um
futuro próximo, uma opressiva força policial mecanizada é
encarregada de patrulhar as ruas e controlar o crime em Joanesburgo,
África do Sul. Um dos androides da força policial é roubado e
reprogramado com o intuito de ser utilizado como arma pelos
criminosos. Ao ser reprogramado, o androide se torna Chappie, o
primeiro robô com capacidade de pensar e sentir por si mesmo. Isso
faz com que forças poderosas e destrutivas comecem a ver Chappie
como uma ameaça para a humanidade e para a ordem pública, e elas
farão de tudo para garantir que Chappie seja destruído. Dirigido
por Neill Blomkamp.
CHAPPiE:
Em 2004 foi lançado um curta-metragem chamado “Tetra
Vaal”, do próprio diretor deste filme, Neill Blomkamp. Este então
foi a base para o diretor escrever, juntamente com Terri Tatchell, o
roteiro do filme Chappie.
A captura de voz e movimento do robô, que é nosso
grande protagonista, foi feita utilizando o ator Sharlto Copley.
Podemos dizer que a atuação do ator-robô é a melhor do filme. O
grande elemento é justamente a humanização do robô, desde gestos
e comportamentos, até gírias. É tão bem trabalhado que esquecemos
estar diante de uma máquina “pensante”. Os personagens
secundários ajudam, principalmente os pais “adotivos” de
Chappie. A mãe, por exemplo, se comporta de forma bem sentimental
para com ele, os dois então criam um laço “de sangue” muito
forte.
É o terceiro longa-metragem de Blomkamp como diretor,
que tem em seu currículo “Distrito 9” (2009) e “Elysium”
(2013). Podemos perceber algumas semelhanças entre os três filmes,
então parece que este é um estilo no qual o diretor quer investir.
Assim como no excelente “Distrito 9”, logo no início nos
deparamos com pessoas, especialistas, dando entrevistas à TV sobre a
situação. Estamos em 2016 e robôs pré-programados estão
substituindo e auxiliando a polícia em Joanesburgo. Este começo já
maximiza o nível de realismo do filme, menos do que em “Distrito
9”, porém mais plausível porque o foco não está em alienígenas,
mas em máquinas criadas pelo homem.
Sendo uma máquina evoluída, com grande capacidade de
processamento e inteligência artificial, Chappie aprende muito
rápido. É muito interessante acompanharmos sua evolução,
inclusive emocional. A influência do meio onde vive, um gueto, com
pais traficantes e excluídos da sociedade, o faz tomar um caminho
inicial tortuoso. As primeiras aventuras do robô são exibidas em
cenas engraçadíssimas, que superam de longe muitos filmes de
comédia. A idéia das correntes no pescoço é divertida e, ao mesmo
tempo, genial.
Hugh Jackman faz o antagonista, mas quase fica esquecido
diante do nosso carismático protagonista, um robô. Chappie luta por
conquistar uma identidade e ainda vai aprender sobre a ética e a
justiça. Mas ele está no meio de um grupo de excluídos, no lixo da
África. O cenário é de fábricas e prédios abandonados, favelas
habitadas.
Não estamos diante de novidade alguma, é mais um filme
de ficção com o tema inteligência artificial, tal como o
maravilhoso “A.I. Inteligência Artificial” (2001), de Steven
Spielberg. Entretanto, o filme Chappie consegue humanizar tanto a
máquina pensante, focando no emocional e na linguagem corporal, que
conquista seu lugar entre os melhores filmes do gênero. Mais ainda,
nos apresenta um final não convencional e bem interessante, para refletir.
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Fontes:
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