Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

terça-feira, 14 de julho de 2015

O Homem dos Olhos Esbugalhados (EUA, 1940)

Eu indico
Stranger on the Third Floor (EUA, 1940)

O repórter Mike Ward (John McGuire) é peça chave de uma investigação, única pessoa a presenciar o acusado, Joe, no local onde o dono de um restaurante foi encontrado morto. Não há mais provas e o seu depoimento acaba condenando Joe à morte. Mike, instigado pela noiva, Jane (Margaret Tallichet), passa a refletir sobre o assunto e iniciar um processo de arrependimento. Dirigido por Boris Ingster.

E que Deus tenha piedade de sua alma:
A condenação que é seguida da frase acima é o estopim para a trama deste filme, que segue aquela ideia: “se arrependimento matasse...”. O repórter, arrependido por prejudicar alguém, tenta se justificar consigo mesmo e até desfazer este mal, mas acaba se envolvendo numa situação complicada e se depara com uma figura misteriosa (Peter Lorre). A consciência de Mike pesa, ele entra em delírio e tem algumas alucinações. Seus sonhos refletem seu sentimento de culpa e a sua narração passa uma boa ideia do que está se passando em sua consciência.
Neste filme, fica clara a crítica à falha do sistema jurídico, que escancara numa cena mostrando um jurado que pegou no sono, no meio do julgamento, e um juiz que teve que ser chamado a atenção para dar um sermão neste jurado.
Este é um filme bom e curto, possui somente 63 minutos de duração e não precisa, então, de nenhuma enrolação para passar toda sua ideia, prender bem a atenção e apresentar um fechamento legal, apesar de que os filmes neste estilo normalmente não terminam com um final feliz.
Quando lançado, recebeu críticas negativas do New York Times, da Variety. A principal alegação foi a comparação com filmes russos e franceses. Anos depois, no entanto, foi considerado o primeiro filme do cinema noir (mais abaixo uma explicação deste estilo de filme).
Temos a feliz presença do ator Peter Lorre, na pele da figura misteriosa, que se tornou figura única no cinema antigo (1929 a 1964), principalmente no papel de vilão, dada sua aparência e com seus “olhos esbugalhados”. Mais uma vez, ele aparece em poucas cenas, mas conquista o público. De fato, sua aparência se tornou a base para o título deste filme no Brasil. O ator, de origem húngara e ascendência judia, trabalhou em “Casablanca” (1942), “Relíquia Macabra” (1941) e “M” (1931, dirigido por Fritz Lang). Fez também o papel do vilão Le Chiffre, no telefilme “Cassino Royale”, de 1954, sobre o Agente James Bond.

Estilo noir:
A atmosfera do filme o classifica como um thriller psicológico, no estilo noir. Para quem não sabe, este estilo foi inventado por críticos franceses, e muitos filmes o seguiram como um repúdio aos primeiros filmes de comédia romântica que perderam força após as duas grandes guerras (que influenciaram muito o estilo noir). O estilo, predominante nos anos 40 e 50, é carregado de ambientes escuros, com muito jogo de sombras, personagens desiludidos, narração em off, toda a atmosfera do submundo do crime e da justiça falha e, em muitos casos, uma personagem tipo “dama fatal”. Imperou nos filmes franceses e americanos após a Segunda Guerra. Ou seja, noir é um estilo, não é um gênero. Gênero pode ser: comédia, drama, ação, ficção. Então podemos ter um drama noir, terror noir, assim como uma ficção noir. Por exemplo, o grande clássico de ficção “O Dia em que a Terra Parou (1951)”, dirigido por Robert Wise, chegou a ser considerado por alguns críticos como um filme noir.

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Fontes:

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