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Eu indico |
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Wicker Park (EUA, 2004) |
Matthew (Josh Hartnett) é um jovem empresário que
acredita ter visto em um café a mulher (Diane Kruger) que foi seu
grande amor, que desapareceu misteriosamente há dois anos. Ele
decide segui-la, descobrindo aonde ela mora. Esta se torna sua rotina
durante vários dias, tornando-se uma obsessão para Matthew
reencontrá-la. Um dia ele decide invadir o apartamento dela, para
poder esperá-la. Porém o que ele não sabe é que a mulher que
segue não é exatamente quem ele pensa ser. Dirigido por John Paul
McGuigan.
Você já se apaixonou, não?
Não estamos diante de um filme meramente romântico.
Podemos dizer que é um romance dramático que lida com questões
comuns e interessantes, que justificam o amor, como o amor à
primeira vista, ou as loucuras que podemos fazer quando estamos
apaixonados por alguém, inclusive alguém que nem sabe que
existimos. Mas o interessante mesmo é a forma como essas coisas vêm
à tona, dentro de uma trama com um mistério, onde o quebra-cabeça
vai sendo resolvido e revelado ao longo das cenas. Um espectador
impaciente e desavisado pode desistir do filme antes da metade,
porquê ele começa com muita música e o estilo de filmagem possui
bastante sobreposição de cenas, podendo dar a sensação de
estarmos numa passagem de um videoclipe ou até em um trailer, com as
cenas com música e cortes de tela para mostrar 2 cenas ao mesmo
tempo. Mas as coisas melhoram e percebemos que essa técnica é
melhor aproveitada para explicar as coisas, principalmente quando uma
cena anterior volta a aparecer, só que a vemos de novos ângulos; é
uma técnica conhecida e que foi utilizada de forma satisfatória
aqui.
“Escute, a fala...
'Quem quer que eu corteje, seria tua esposa'...
Isso define a personagem.
Está apaixonada pelo cara...
e ele pede ajuda para conquistar outra!
Você está aborrecida, confusa,
é doloroso por dentro.
Tem que demonstrar o amor,
mas também a agonia.
Você já se apaixonou,
não?”
Tudo
fica muito interessante quando surge um novo personagem, a
coadjuvante que rouba a cena, interpretada pela atriz Rose Byrne. Ela
realmente agrada na interpretação e sua personagem passa a ser tão
interessante quanto os protagonistas. A trama viaja entre o passado e
o presente, e é legal entendermos, mesmo que isso leve um tempo,
como cada personagem chegou ao ponto onde se encontra. Temos, como na
vida real, pessoas fragilizadas, que buscam o seu equilíbrio próprio
no amor. Além disso, é interessante como o acaso vai surgindo a
todo momento, muitas vezes atrapalhando o objetivo dos personagens. É
como se houvesse uma batalha entre o acaso e o sentimento, entre o
acaso e a intuição.
O título original deste filme de 2004 é uma referência
ao local onde o casal principal gostava de se encontrar (Wicker
Park), o que nos remete a pensar em casais que têm o seu lugar
preferido ou a sua música, como se fossem feitos só para eles. Quem
não se lembra de alguém quando revisita algum lugar marcante ou
escuta uma certa música?
O filme é uma refilmagem de "L'Appartement"
(1996, de Gilles Mimouni) e teve um orçamento de US$ 30 milhões. O
restaurante no qual Matt vê Lisa falando ao telefone chama-se
Bellucci e, pelo que pode ser interpretado, é uma homenagem à atriz
Monica Bellucci, que faz o personagem principal no filme original; o
filme conta também com o ator Vincent Cassel. Já li críticas mais
a favor do original em relação a este, para quem quiser conferir.
“O amor leva você a fazer coisas loucas...
insanas...
coisas que você nunca pensaria em fazer.
E aí está você fazendo.
Não pode evitar.”
Quando
um romance foge do padrão hollywoodiano
e
oferece algo mais, como uma boa história, mesmo que sobre temas
conhecidos, vale a pena ser conferido. Com certeza quem foi assistir a este sem muita pretensão, se surpreendeu. A
trilha sonora do filme é muito interessante e, para provar que as
coisas vão melhorando muito do meio para o final, a canção que
encerra o filme é "The Scientist", do Coldplay, música
maravilhosa, uma das preferidas de pessoas realmente apaixonadas.
Confira a letra depois
e busque as semelhanças com o desfecho do filme, que é muito bom,
por sinal.
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Fontes: