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Az prijde kocour (Checoslováquia, 1963) |
Um contador de histórias, morador de um pacato vilarejo na Tchecoslováquia, conta aos alunos de uma escola a vida do
professor Robert (Vlastimil Brodský), a história de um antigo amor
e seu gato de óculos escuros. Ao tirar os óculos, o gato colore as
pessoas de acordo com seus sentimentos e personalidades. O caráter
humano pelo ponto de vista de um gato, que apenas enxerga os humanos
pelo que realmente são. Dirigido por Vojtech Jasny.
Um
gato mágico usando óculos escuros - SPOILER:
Um vilarejo, um morador que é o narrador nos contando
sobre os habitantes e um gato mágico que revela a personalidade das
pessoas com o seu olhar. Quando o simpático professor Robert revela
a seus alunos a história do gato mágico, algo demasiadamente
similar começa a acontecer no mesmo plano, quando uma comitiva
circense chega ao vilarejo e ela é comandada por um mágico, uma
linda garota e seu gato... que possui um óculos escuros. Já sabemos
que o gato pode revelar o caráter das pessoas, mudando-as de cor:
mentirosos, ladrões e falsos, uma cor representa cada um destes. Mas
também, para equilibrar, temos o vermelho, que indica os
apaixonados. A belíssima atriz Emilia Vasaryova usa um vestido
vermelho forte para combinar com a cor da paixão. Assim temos uma clara crítica social, às aparências e
ao verdadeiro caráter das pessoas que não o revelam publicamente.
Uma análise da alma humana que caracteriza muitos filmes da mesma
década. Este filme então ficou sendo a grande marca para o cinema
da República Tcheca, nos anos 60.
Imagine que o circo chega ao vilarejo e todo ele está
assistindo ao espetáculo, um divertido e excêntrico show de mágica,
que para algumas pessoas representa revelações, elas já irritadas
com uma ou outra brincadeira que o mágico fez, relevando algum
segredo sujo delas. No meio do espetáculo, o óculos escuros do gato
mágico é retirado. A cena em si, do show de mágica, é fantástica,
marcando o ponto mais alto do filme. Um show bem criativo. Mas o
incrível mesmo é o que acontece quando as pessoas mudam de cor. O
desespero se apossa de muitos, que entram numa dança frenética
acompanhada do som de uma orquestra (que foi contratada para a trilha
do filme). A música e a dança incrementam as cenas. Na confusão, o
gato some, para a felicidade de muitas pessoas. As crianças, que são
o futuro do amanhã, saem atrás do gato que sumiu no meio da
confusão. Enquanto alguns adultos buscam matá-lo, por motivos
óbvios.
Parecendo uma fábula, com humor, crítica social e
poesia, este filme venceu o Festival de Cannes em 1963 (Prêmio Especial do Júri) e foi indicado
à Palma de Ouro. Deixo aqui a frase de um personagem que resume bem
a proposta: “Há algo mais belo que uma sincera autocrítica?”
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Fontes:
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